Dandara que chegou a festa com um turbante dourado, teve o adereço arrancado e jogado no chão por um dos agressores, enquanto os outros a agrediam jogando cerveja. A vítima recebeu diversos xingamentos, ameaças e com medo de novas agressões, foi a última das convidadas a sair da festa.
Indignada, Dandara usou uma rede social para se manifestar e relatar o acontecido.
Confira na integra o texto publicado pela jovem no facebook:
A NOSSA PRESENÇA INCOMODA
Meus amigos imediatamente chamaram a segurança (todos negros) que logo entenderam que se tratava de racismo e logo foram tira-los da festa. Um deles teve a cara de pau de falar ao segurança que não meu agrediu “só tirei aquele turbante da cabeça dela”. As namoradas (todas brancas) vieram pra cima de mim. Tentei explicar que era racismo, o cinismo prevaleceu e sem êxito sai de perto. Ficaram de cima dos seguranças pedindo para me tirar da festa também, como se a minha presença fosse um problema. Meus amigos ainda tentaram conversar mas o ódio cega. Quando fui no banheiro ainda tive que ouvir ameaças indiretas, sobre me bater e outras coisas terríveis que não consigo nem dizer aqui. Fomos os últimos a sair por medo de fazerem alguma coisa conosco do lado de fora.
Negros na formatura? Na limpeza, segurança ou servindo.
Me mantive forte muito tempo. Mas o racismo é cruel. Minha lágrimas estão molhando muito a tela do celular, só de pensar que estes e tantos outros passaram impunes. Tenho muito orgulho de ter formado um preto, pobre vindo do interior como o Filipe Almeida, seguimos com a certeza de que vamos resistir.