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Crise hídrica dificulta combate a incêndios na Grande Belo Horizonte

Nível baixo de reservatórios complica atuação do Corpo de Bombeiros para captar água usada para debelar chamas em vegetação no estado

Estiagem afeta controle do fogo pelos helicópteros dos bombeiros. (Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Ocorrências de incêndios em mata mobilizaram equipes do Corpo de Bombeiros no fim de semana na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre a 0h de sábado e o fim da tarde de ontem, foram 78 registros, 62 apenas ontem. Embora o volume de ocorrências este ano esteja abaixo de 2014, a crise hídrica dificulta o combate aos incêndios em vegetação, alerta o subcomandante do 1° Batalhão de Bombeiros Militares, Major Farley Soares Rocha. Para ele, entre agosto e setembro, quando a vegetação está mais seca e com reservatórios vazios, espera-se uma situação crítica, se não houver conscientização da população. Uma das principais preocupações nesse período de festas típicas de São João são as fogueiras, fogos de artifício e os balões artesanais de fogo.

O batalhão de Farley responde por locais como as serras do Curral, Rola Moça, Moeda, matas da Baleia e Borboletas, entre outras áreas de preservação ambiental na Região Central de Minas Gerais. Comandante de helicóptero da corporação, ele vê dificuldades no uso da ferramenta no combate aos incêndios florestais. “Com a crise hídrica, tem sido difícil encontrar reservatório para abastecer o Bambi Bucket - sistema de bolsa de água acoplada em aeronaves – para apagar o fogo em pontos críticos. Os caminhões-tanque, que nem sempre conseguem chegar em pontos críticos na mata, também não têm como abastecer. O combate vai se limitar ao uso de chicotes e abafadores, o que dificulta que as chamas se alastrem”, explicou.

Para o major, há dois aspectos que podem minimizar os risco de grandes incêndios florestais. Ele aposta na conscientização das pessoas, principalmente aquelas em áreas rurais que têm o hábito de fazer queimadas. Outro cuidado é não desmatar e a limpeza de terrenos, evitando a concentração de material de combustão, como mato e galhos secos. Farley lembra ainda que colocar fogo em vegetação é crime, previsto no artigo 250 do Código Penal. E em caso de ferimentos ou morte de pessoas ou espécies da fauna e devastação da flora, a situação pode ainda se agravar, com base no Código Penal e na legislação ambiental.

Entre os 16 incêndios registrados em mata na Grande BH ontem, um na Avenida Raja Gabaglia, altura do número 4.700, no Santa Lúcia, Centro-Sul da capital, deixou comerciantes e moradores apreensivos, com medo de que o fogo se alastrasse. Segundo bombeiros, as chamas tiveram início num lote vago murado. O fogo foi contido sem risco para outros imóveis.

E até a operação do metrô correu risco, com um incêndio em mata vizinha à linha férrea entre as estações Santa Inês e José Cândido, Leste de BH. No Anel Rodoviário, altura do Km 540, sentido Rio de Janeiro, bombeiros combateram um início de incêndio em mata, a pedido da Concessionária Via 040, mas o trânsito não ficou complicado.

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