Moradores do Parnamirim exigem ações mitigadoras ao GGE por construção de colégio

Publicado em: 18/09/2019 14:42 | Atualizado em: 18/09/2019 17:36

Fotos: Peu Ricardo/DP Foto. (Fotos: Peu Ricardo/DP Foto.)
Fotos: Peu Ricardo/DP Foto. (Fotos: Peu Ricardo/DP Foto.)
A construção de um colégio na rua Desembargador Góes Cavalcanti, número 452, no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, foi tema de audiência pública, na Câmara dos Vereadores do Recife, na manhã desta quarta-feira (18). Moradores, responsáveis pelo empreendimento e representantes da Prefeitura do Recife discutiram soluções para melhorar a mobilidade na região durante a obra de grande porte e após a escola começar a funcionar. Durante o debate, ficou definido que todas as demandas do grupo serão encaminhadas à Prefeitura e ao grupo responsável pelo Colégio GGE para que se tornem ações mitigadoras.

Apresentação de um plano de recuperação das calçadas dos entornos, arborização e recuperação da Praça do Parnamirim, redução da velocidade da via são algumas das sugestões apresentadas pelo grupo de moradores Amigos do Parnamirim para minimizar os impactos da obra. "A construção de uma escola, que pretende formar futuros cidadãos deve começar respeitando as leis ambientais, o Plano Diretor da cidade e ouvindo os moradores que serão afetados. Não somos contra a criação de um colégio, mas a comunidade deve ser ouvida para que entendam o que é necessário ser feito", defendeu Clarissa Capela, membro do Amigos do Parnamirim.

As críticas por parte dos vizinhos ao canteiro de obras começou com a irregularidade da placa, que não detalhava sobre o tipo de empreendimento. Além disso, não foram apresentados os Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e de Impacto Ambiental (EIA). Aquela região próxima à Praça do Parnamirim se trata de um Setor de Sustentabilidade Ambiental, de acordo com o Plano Diretor do Recife.

As preocupações com relação à arborização do bairro e ao possível aumento de veículos circulando no entorno durante os horários de pico foram os argumentos mais discutidos durante a audiência. "A participação social é a base legítima de um projeto urbanístico de grande impacto. E os moradores dos entornos não foram informados, nem consultados sobre os impactos provocados pela obra e pelo empreendimento", destacou o vereador Jayme Asfora (sem partido).

Quando começar a funcionar no início do ano de 2021, a entrada da escola deve acontecer pela rua Abraham Lincoln. O arquiteto responsável pela obra, Bruno Ferraz, foi o único representante do grupo que integrou a mesa, apesar de outros membros do grupo GGE estarem presentes no Plenarinho da Câmara. Segundo ele, foi feito um estudo de impacto em 2014 e atualizado no ano de 2017. Segundo ele, a construção do colégio não deve provocar aumento de fluxo de veículos na via. "Não vai haver um maior fluxo de transferência porque os alunos, em sua maioria, poderão chegar andando, de bicicleta e de ônibus. Ainda temos uma compensação ambiental com a plantação de 50 mudas", disse.

O projeto prevê alargamento da calçada da rua Desembargador Góes Cavalcanti e a plantação de 27 árvores. O terreno possui uma área de 4.535,45 m² e uma área verde de 2.041,72 m². Já a área total da construção deve ser de 6.756,40 m². O colégio terá cinco pavimentos para aulas do ensino infantil ao médio e capacidade para 900 alunos. "Esse é um local estratégico para reter parte do fluxo e a entrada será por uma via secundária. A proposta é integrar educação ambiental e que as árvores façam parte do ativo pedagógico do colégio", argumentou Bruno Ferraz.

De acordo com a chefe da Divisão de Licenciamento e Urbanismo do Recife, Mira Meira, que representou o secretário da pasta, João Braga, já estão entre as medidas mitigadoras o recuo do muro para alargamento da calçada, vegetação urbana e arborização. Ainda serão instalados seis semáforos inteligentes que se adequam ao fluxo e velocidade dos veículos.

Para o membro da Ameciclo, Daniel Valença, que também participou da reunião, as ações precisam ter prazos e metas para acontecer. "É necessário regulamentar o estudo de impacto, dessa vez ouvindo a vizinhança e definir as ações com seus devidos prazos. É preciso garantir que a mobilidade por outros meios, que não o carro, seja viabilizada e segura para incentivar quem anda a pé, de ônibus ou bicicleta e não colocar o carro como centro", destacou.

Em nota, o grupo GGE esclareceu que os estudos foram realizados por empresa especializada. Entre as ações mitigadoras previstas estão o sentido único de via, semaforização, faixas de pedestres, travessia elevada, ciclofaixas e alargamento da calçada da Rua Desembargador Gois Cavalcanti. "O sistema de aprovação e licenciamento seguiu os trâmites legais e percorreu todas as instâncias necessárias. A sociedade civil representada nos conselhos e comissões superiores foi ouvida e teve a oportunidade de se manifestar pelas entidades presentes", esclareceu.

Como resultado da reunião, as entidades devem entregar propostas ao grupo e à Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano com as demandas que precisam ser atendidas pelos moradores e que já estão previstas em lei.

O projeto:

- Abertura em 2021;
- Capacidade para 900 alunos;
- Acesso pela rua Abraham Lincoln;
- Bicicletário com 52 unidades;
- 2.041,72 m² de área verde
- Plantação de 27 árvores
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