Vício em jogos e apostas online: como identificar

Dando continuidade à coluna da semana passada, os jogos online podem incluir os adultos, e esse problema pode prejudicar ou até já estar prejudicando sua família, por isso é preciso entender como identificar para evitar problemas maiores.

Há algum tempo a internet possibilitou uma infinidade de games online. Os jogos não são apenas para crianças e adolescentes, muitos são os jogadores adultos, casados e com filhos. O interesse desse grupo nem sempre é apenas de diversão e lazer, afinal houve uma explosão de jogos de apostas, com campanhas publicitárias e promessas de ganhos “fáceis”, mas não se engane, como qualquer outro jogo, não existe facilidade alguma, e perder faz parte, o problema vem quando você está investindo dinheiro nesses jogos.

Entre a infinidade de possibilidade e de jogos, podemos citar o jogador ou apostador em esportes, corridas de cavalos, day trade, cassino e bingos online ou presenciais, dentre tantos outros. Muitas vezes a competição é que leva a dependência, pois o jogador fica no afã de ganhar.

Esse problema com jogos de apostas é global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, em 2016, que apostadores perderam US$ 400 bilhões por ano no mundo. Depois que o usuário se torna dependente, é natural que haja a privação de outras formas de diversão e lazer, pois todo dinheiro é investido nos jogos e muitas vezes ocorre o superendividamento do jogador.

Outros problemas como perda de interesse em outras atividades, abandono dos filhos e cônjuge, além de dificuldades de concentração em outras atividades, pode impactar negativamente o trabalho ou outra atividade profissional que se tenha.

Quando se trata de apostas esportivas, nelas incluídas o futebol, em virtude da cultura do brasileiro, muitas vezes a atividade passa despercebida como sendo de risco, sendo até considerada como natural. Em especial, quando o jogador é fã da modalidade esportiva, e acredita que por “entender” vai conseguir se destacar e ganhar nas apostas. 

A falsa sensação de controle, traz com ela a ilusão de que está tudo dentro das expectativas. Mas, é assim que as coisas tendem a desandar. Esse tipo de jogo também é praticado por adolescentes, importante destacar que para esse grupo, a atenção precisa ser redobrada, pois pode progredir para uma patologia.

A psicóloga Ana Paula Hornos, deu algumas dicas, o jogador e a família precisam se preocupar quando o jogador:

1. Ocupa grande parte do seu pensamento com o jogar (planeja o próximo episódio e modos

de adquirir dinheiro para jogar);

2. Sente necessidade de aumentar valor e frequência das apostas para obter a mesma

satisfação;

3. Fracassa repetidamente nas tentativas de controlar, diminuir ou parar de jogar;

4. Apresenta alterações de humor quando tenta reduzir ou deixar de jogar;

5. Usa o jogo como fuga dos problemas ou alívio emocional;

6. Retorna muitas vezes ao jogo para recuperar as perdas;

7. Mente para esconder a extensão do envolvimento com o jogo;

8. Endivida-se ou comete atos ilegais como falsificação, fraude ou desfalque para jogar mais;

9. Coloca em risco ou prejudica relações afetivas, empregos, oportunidades acadêmicas ou de

trabalho, devido ao comportamento de jogar;

10. Tenta solucionar situações financeiras deficitárias do jogo, pressionando pessoas próximas.

É importante ficar atento às indicações de que a situação saiu do controle para que se possa providenciar uma ajuda e um tratamento.