Última crônica
Almeri Bezerra de Mello
Almeri Bezerra de Mello, que foi representante adjunto do Unicef na África do Oeste e ex-presidente do Serviço Social Agamenon Magalhães, faleceu no último dia 9 de maio.
Publicado em: 22/05/2019 03:00 Atualizado em: 22/05/2019 08:50
O capitão Bolsonaro mandou fazer uma “Ordem do Dia” para comemorar o 1º de abril de 1964 – quando os militares saíram de Juiz de Fora, Mourão à frente! – e chegaram nos tanques ao Catete. O presidente Jango estava lá dentro. Com ele alguns ministros.
A cena, no entanto, do Catete, eu assisti da janela do apartamento da JEC\JUC, um prédio que ficava na rua do lado do Palácio. Lá, hospedado estava também eu, vindo do Recife para retirar da agência meu primeiro carro que a JUC e outros amigos do Recife decidiram me dar de presente! Para tê-lo em mãos, era preciso retirá-lo da empresa no Rio. E lá fui eu. Trouxe o meu carrinho novo em folha e o estacionei ao lado do Catete.
Não tardou muito e chegaram os milicianos lacerdistas, ocuparam a rua e, da janela, os vi apoiando suas metralhadoras no meu fusquinha! ”Não pode!” gritei eu para os colegas da JUC. ”Não pode!..” e eles riram. Um deles sentenciou: “Almeri, o instinto de propriedade se revelou!”. Rimos .... até que chegasse Beto (que ainda não era Frei Beto) vindo da UNE que não ficava muito longe, dizendo que os lacerdistas armados haviam cercado a Sede.
O meu projeto era sair imediatamente do Rio para o Recife no meu fusquinha. Não poderia ir sozinho. Luiz Eduardo da JUC de São Paulo e Marcos Lins de Pernambuco se prontificaram a viajar comigo.
Antes de partir, fui ver dom Helder. O assunto primeiro foi o golpe militar que estava em curso. Alarmados estávamos todos, mas dom Helder disse: esta é a hora de Arraes dizer não, e reagir!
Eu contestei dom Helder. Contei-lhe que havia estado com o dr. Miguel Arraes, havia poucos dias, quando ele voltava do Rio com a certeza de que se preparava um golpe e que não havia nenhuma condição de resistência.
Deixei dom Helder, deixei o Rio... para trás e me fui para o Recife, de onde parti para “Além dos Verdes Mares”.
A cena, no entanto, do Catete, eu assisti da janela do apartamento da JEC\JUC, um prédio que ficava na rua do lado do Palácio. Lá, hospedado estava também eu, vindo do Recife para retirar da agência meu primeiro carro que a JUC e outros amigos do Recife decidiram me dar de presente! Para tê-lo em mãos, era preciso retirá-lo da empresa no Rio. E lá fui eu. Trouxe o meu carrinho novo em folha e o estacionei ao lado do Catete.
Não tardou muito e chegaram os milicianos lacerdistas, ocuparam a rua e, da janela, os vi apoiando suas metralhadoras no meu fusquinha! ”Não pode!” gritei eu para os colegas da JUC. ”Não pode!..” e eles riram. Um deles sentenciou: “Almeri, o instinto de propriedade se revelou!”. Rimos .... até que chegasse Beto (que ainda não era Frei Beto) vindo da UNE que não ficava muito longe, dizendo que os lacerdistas armados haviam cercado a Sede.
O meu projeto era sair imediatamente do Rio para o Recife no meu fusquinha. Não poderia ir sozinho. Luiz Eduardo da JUC de São Paulo e Marcos Lins de Pernambuco se prontificaram a viajar comigo.
Antes de partir, fui ver dom Helder. O assunto primeiro foi o golpe militar que estava em curso. Alarmados estávamos todos, mas dom Helder disse: esta é a hora de Arraes dizer não, e reagir!
Eu contestei dom Helder. Contei-lhe que havia estado com o dr. Miguel Arraes, havia poucos dias, quando ele voltava do Rio com a certeza de que se preparava um golpe e que não havia nenhuma condição de resistência.
Deixei dom Helder, deixei o Rio... para trás e me fui para o Recife, de onde parti para “Além dos Verdes Mares”.