Lendas que integram o folclore

Giovanni Mastroianni
Advogado, administrador e jornalista

Publicado em: 23/04/2019 03:00 Atualizado em: 23/04/2019 08:49

Peço vênia ao saudoso norte- rio-grandense Luiz da Câmara Cascudo e ao olindense Olímpio Bonald Neto para especular uma seara que sempre foi o ponto alto de suas permanentes pesquisas em busca de um aglomerado de tradições e revelações do pensamentos do povo, através de crendices, festas, cantos, costumes, tradições, vestimentas, lendas, artes, provérbios superstições e danças, que são passados de pais para filhos e se mantêm persistentes com o decorrer dos tempos

Como é sobejamente sabido, o vernáculo folclore é originária do inglês folklore, cuja tradução corresponde aos supracitados significados, que se constituem em um conjunto de ocorrências reais ou apenas imaginativas. Daí o motivo do surgimento da expressão: “Essa estória não passa de folclore”, alusiva a fatos criados pela imaginação e que, em verdade, são pura fantasia.

Quem não conhece a lenda do lobisomem, que, apesar de originária da Europa, difundiu-se em todo mundo, inclusive no Brasil. Representa um monstro violento, que se assemelha a um misto de homem e lobo e suga o sangue das pessoas para se alimentar. É lendário que, em noites de lua cheia, por volta de meia-noite, as transformações ocorrem em encruzilhadas e que, somente ao amanhecer, voltam a ser humanos, novamente..

Iara contrasta com o lobisomem, sendo, também conhecida como a “senhora das águas”, “mãe d’água” ou “beleza das águas”. A Iara seria uma bela sereia que, segundo a lenda, vivia no Rio Amazonas e em seus afluentes. É descrita como sendo uma morena linda, possuidora de olhos castanhos, cabelos compridos e bem negros. É voz corrente que os homens não resistiam ao seu melodioso canto, que os arrastava para o fundo do rio. Contam que nem mesmo os índios resistiam às suas melodias, razão pelas quais distanciavam-se dos lagos, principalmente depois da chegada do crepúsculo. Nem seus irmãos escaparam dos poderes letais de Iara.

O saci-pererê é uma criação das tribos de índios do Sul do País, figura curiosa que tinha como traços característicos uma perna mutilada, o uso de um gorro vermelho na cabeça e sempre um cachimbo à boca. Bastante travesso, costumava brincar com as pessoas e com os animais.

Dizem que a mula-sem-cabeça é originária de outras plagas, surgindo a lenda quando uma mulher manteve com um padre um romance condenado pela igreja.  Como consequência, em forma de castigo, nas noites das quintas-feiras surgia em seu lugar a fêmea de um animal de quatro patas, galopando e saltando incessantemente, soltando fogo pelas partes superiores do corpo, mais propriamente pelo pescoço.

Essas são algumas das estórias que integram o rico  folclore brasileiro, que se estenderia com  outras lendas não menos famosas, tais como: curupira, caipora, bicho-papão, papa-figo, negrinho do pastoreio e boto cor-de-rosa, entre outras.

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