Outro demônio da alma: o ódio
Roque de Brito Alves
Membro da Academia Pernambucana de Letras
Publicado em: 17/04/2019 03:00 Atualizado em: 17/04/2019 09:36
1 – Ao lado dos outros demônios da alma (inveja e ciúme), em nossa classificação, o ódio psicologicamente revela o grau mais profundo de um sentimento destrutivo, negativo, visando sempre vingar-se desumanamente de alguém, implicando em uma intensa e permanente aversão ou hostilidade a alguém. O ódio está impregnado ou enraizado como uma característica maior de uma certa personalidade. Por outra parte, pode ser uma reação desnecessária ou excessiva a alguma ofensa recebida ou a alguma injustiça que se sente, fazendo com que aquele que odeia sinta-se um justiceiro, estando certo de que “age com razão’, “faz justiça” devido à injustiça sofrida, julgando “legítimo” o seu ódio, a vítima “merece” o que fez.
2 – Quem odeia fica como que intoxicado ou embriagado pelo ódio pois sente sempre necessidade (como o alcoólatra ou toxicômano) de odiar cada vez mais, de satisfazer ou renovar sempre a sua sede de ódio (como o dependente do álcool ou da droga), é uma verdadeira dependência psíquica. Quem odeia é um infeliz pois vive e alimenta-se do próprio ódio, é alguém amargo, ressentido, sem alegria de viver, incapaz de sentir os prazeres da vida e por sua própria natureza o ódio é inimigo do perdão, quem odeia nunca perdoa pois está certo que o seu ódio é legítimo. O sentimento do ódio é a expressão maior da maldade humana.
3 – Sem dúvida, os ódios mais terríveis (inclusive com ações criminosas violentas, perversas, traiçoeiras), profundos, inconciliáveis são os familiares, entre parentes, o que tem sido destacado desde os autores mais antigos (as tragédias gregas de antes de Cristo são exemplos em tal sentido) e pelos psicólogos a partir do século XIX. Ódio muitas vezes camuflado, dissimulado sob uma hipócrita relação de amizade convencional plena de mentiras, de mesquinharias, de ofensas morais geradoras de dramas familiares e fator importante da violência doméstica criminosa existente atualmente como um fenômeno universal, em todas as classes sociais de nações pobres e ricas. Particularmente, na justiça em processos de herança ou de divórcio litigioso tais ódios familiares surgem em proporções inimagináveis e mesmo inacreditáveis. Também nos denominados ódios raciais como entre as etnias ou tribos africanas, o dos nazistas contra os judeus, nos ódios políticos quando se considera o adversário como “inimigo” na eterna luta dos partidos pelo poder, ainda nos ódios religiosos como por exemplo entre os católicos e os protestantes em passado recente na Irlanda, quando se matava em nome de Deus ...
4 – Destacamos, ainda, o denominado “ódio gratuito” contra estranho, desconhecido sem causa ou motivo algum que muitas vezes passa de uma simples antipatia ou grande animosidade para a inveja e para o ódio e tal ódio é doentio, permanente, escravizando a personalidade.
5 – É muito fácil psicologicamente a passagem do amor ao ódio, embora sejam duas paixões opostas, o que é comprovado em números crimes passionais, mata-se mais por ódio ou ciúme que por amor, porém o contrário é quase impossível psicologicamente a passagem do ódio para o amor, amar a quem antes era odiado.
6 – Afinal, não existe o denominado “ódio bom”, “louvável” como por exemplo quando alguém diz “ter ódio aos corruptos, aos violentos” pois isso é “força de expressão” desde que o ódio por sua própria natureza é algo maligno, gerador de perversidade e não de bondade.
2 – Quem odeia fica como que intoxicado ou embriagado pelo ódio pois sente sempre necessidade (como o alcoólatra ou toxicômano) de odiar cada vez mais, de satisfazer ou renovar sempre a sua sede de ódio (como o dependente do álcool ou da droga), é uma verdadeira dependência psíquica. Quem odeia é um infeliz pois vive e alimenta-se do próprio ódio, é alguém amargo, ressentido, sem alegria de viver, incapaz de sentir os prazeres da vida e por sua própria natureza o ódio é inimigo do perdão, quem odeia nunca perdoa pois está certo que o seu ódio é legítimo. O sentimento do ódio é a expressão maior da maldade humana.
3 – Sem dúvida, os ódios mais terríveis (inclusive com ações criminosas violentas, perversas, traiçoeiras), profundos, inconciliáveis são os familiares, entre parentes, o que tem sido destacado desde os autores mais antigos (as tragédias gregas de antes de Cristo são exemplos em tal sentido) e pelos psicólogos a partir do século XIX. Ódio muitas vezes camuflado, dissimulado sob uma hipócrita relação de amizade convencional plena de mentiras, de mesquinharias, de ofensas morais geradoras de dramas familiares e fator importante da violência doméstica criminosa existente atualmente como um fenômeno universal, em todas as classes sociais de nações pobres e ricas. Particularmente, na justiça em processos de herança ou de divórcio litigioso tais ódios familiares surgem em proporções inimagináveis e mesmo inacreditáveis. Também nos denominados ódios raciais como entre as etnias ou tribos africanas, o dos nazistas contra os judeus, nos ódios políticos quando se considera o adversário como “inimigo” na eterna luta dos partidos pelo poder, ainda nos ódios religiosos como por exemplo entre os católicos e os protestantes em passado recente na Irlanda, quando se matava em nome de Deus ...
4 – Destacamos, ainda, o denominado “ódio gratuito” contra estranho, desconhecido sem causa ou motivo algum que muitas vezes passa de uma simples antipatia ou grande animosidade para a inveja e para o ódio e tal ódio é doentio, permanente, escravizando a personalidade.
5 – É muito fácil psicologicamente a passagem do amor ao ódio, embora sejam duas paixões opostas, o que é comprovado em números crimes passionais, mata-se mais por ódio ou ciúme que por amor, porém o contrário é quase impossível psicologicamente a passagem do ódio para o amor, amar a quem antes era odiado.
6 – Afinal, não existe o denominado “ódio bom”, “louvável” como por exemplo quando alguém diz “ter ódio aos corruptos, aos violentos” pois isso é “força de expressão” desde que o ódio por sua própria natureza é algo maligno, gerador de perversidade e não de bondade.