Proteção de áreas verdes do Recife em pauta

Carlos Ribeiro
Secretário executivo de Licenciamento e Controle Ambiental

Publicado em: 10/04/2019 03:00 Atualizado em: 10/04/2019 08:45

Agraciada com características geográficas que preservam riquezas naturais, possuindo remanescente de Mata Atlântica, cortada por rios, repleta de ilhas e mangues, a cidade do Recife possui características peculiares. Realidade que justifica a atenção dispensada com implantação de políticas públicas ambientais objetivando uma melhor qualidade de vida da população e proteção da natureza. A nossa cidade tem área territorial de 218,435 km2, está entre as sete metrópoles nacionais, possui o quarto aglomerado urbano mais populoso do país com população de 1.637.834 habitantes e exerce forte influência sobre outras cidades devido ao seu desenvolvimento, além de ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) das capitais nordestinas, de 0,772, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Territorialmente, Recife é uma das menores capitais brasileiras, ocupando a 23ª posição entre as 27 capitais brasileiras, é maior apenas que João Pessoa, Aracaju, Natal e Vitória. Mesmo com uma área territorial reduzida, Recife possui 38% - cerca de 8.422,05 hectares do território do município - destinados às 25 Unidades de Conservação da Natureza (UCNs), que somado as outras áreas verdes, como os IPAV e a arborização urbana, destaca a capital pernambucana como referência em área verde e proteção ambiental.

Os recursos naturais, antes vistos como fontes inesgotáveis, estão passando por um colapso, consequências do uso demasiado e incorreto dos recursos naturais são perceptíveis e palpáveis no dia a dia da sociedade global. Podemos observar os efeitos adversos das mudanças climáticas, enchentes, tempestades, alterações térmicas extremas, escassez de água e espécies em extinção.

Neste sentido, é urgente que os governos e sociedade revejam suas ações e passem a tomar adoção de medidas que busquem a diminuição, minimização e eliminação de processos de degradação e danos ao meio ambiente. Ações interventivas, propositivas e de planejamento devem ser adotadas com o intuito de correr atrás do prejuízo para amenizar os danos causados ao meio ambiente, e garantir que recursos naturais não faltem e comprometam a qualidade de vida das futuras gerações.

Uma estratégia implantada pela gestão municipal foi viabilizar os Planos de Manejo das Unidades de Conservação da Natureza concebido com uma proposta de metodologia inovadora, olhando de forma integrada para todas as áreas verdes municipais, com objetivos bem definidos e propositivos, garantindo maior usabilidade e construídos simultaneamente para todas as UCN garantindo maior coesão das finalidades.

Os Planos de Manejo são instrumentos de gestão fundamentados nas características bióticas, abióticas e antrópicas, que definem as normas de uso das UCNs, categorizando-as, zoneando espacialmente e propondo programas e projetos que poderão ser executados, em harmonia com a população existente, traçando caminhos para conservação da paisagem e da biota, sem excluir fatores ambientais e socioeconômicos.

A construção dos Planos de Manejo está sendo realizada de forma participativa, técnica e científica, potencializando as corresponsabilidades no uso sustentável e conservação dessas áreas, proporcionando o sentimento de pertencimento, coibindo a degradação e usos indevidos, viabilizando a conscientização no que se refere à importância desses recursos naturais não só para a população local, mas também para a sociedade como um todo.

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