As angústias do início do fim

Ary Avellar Diniz
Diretor Presidente do Colégio CBV. Diretor Presidente da Faculdade FPS

Publicado em: 02/04/2019 03:00 Atualizado em: 02/04/2019 08:46

Os seres humanos estão sujeitos a se posicionarem, mesmo involuntariamente, em situações de pânico as mais diversas, algumas de naturezas imprevisíveis. Nessas ocasiões, o indivíduo necessita trabalhar o seu interior e tentar alcançar o controle emocional, minimizando as possíveis insuperabilidades.

O autor do presente artigo não pretende tomar posições de Cassandra, e sim, apresentar informações à luz dos fatos vivenciados, tristemente, no mundo moderno.

É notória a imagem do espectador desejoso pela vitória de seu time esportivo e tornar-se campeão. Melancolicamente não sai da memória do brasileiro os 7x1 da partida entre Brasil e Alemanha, durante a realização do Campeonato Mundial de futebol em 2014, realizado na casa do nativo torcedor. O espetáculo futebolístico causou angústia do início ao fim do jogo.

As avaliações escolares checam os alunos, particularmente, aqueles que não prepararam a aprendizagem do conteúdo programático, a contento. A espera dos resultados provoca uma mistura de expectativa e angústia.

O Enem, cuja concorrência perfaz o total de mais de 4 milhões de candidatos em todo o território nacional, provoca angústia em quase todos os alunos. A principal causa dessa situação aflitiva deve-se ao número excessivo de disciplinas programadas pelo MEC, durante o curso de Ensino Médio, sobrecarregando a mente do jovem aluno.

A reforma da Lei do Ensino Médio deveria ter enfatizado, especificamente, as matérias de acordo com a escolha da área profissional. O Curso Clássico, outrora praticado pelos candidatos ao Bacharelado em Direito, visava ao preparo do estudante, a fim de proporcionar-lhe condições de melhores bases no Ensino Superior. Esse procedimento foi abolido pelo MEC e, em consequência, 90% dos formados atualmente em Direito são reprovados no exame da OAB.

Fazendo jus ao título em epígrafe, estimam-se os assuntos catastróficos. A mídia televisiva tem mostrado tsunamis, notabilizados pelas ondas gigantes e devastadoras, antes, durante, até o fim da tragédia.

Pânico semelhante se verificou no rompimento das barragens de Brumadinho – MG, onde seres vivos foram tragados pelas lamas contaminadas de produtos químicos doentios. Angústia total! Os poderosos pouco têm sofrido punições…

As erupções vulcânicas, quedas de barreiras de gelo, panes em voos de aviões, assassinatos no triste episódio recente de Suzano – SP, todos provocaram angústias, desde o início até o fim, em prejuízo dos sofredores.

Presume-se que o paciente leitor sempre esteve isento desses malefícios, mas espiritualmente se conforta pelo fato de não ter sido atingido pelos fenômenos da natureza. Em reconhecimento, deve conclamar agradecimentos ao Onipotente e Onipresente e pedir-lhe por uma velhice sem angústias, ciente de que ela é o início do fim.

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