Mustafá Kemal Ataturk
Luiz Otavio Cavalcanti
Ex-secretário da Fazenda e ex-secretário de Planejamento de Pernambuco
Publicado em: 22/02/2019 03:00 Atualizado em: 22/02/2019 21:16
Fomos à celebração dos 90 anos de dona Suçu. Ela não precisa de apresentação. É uma dama pernambucana. Nos modos provinciais e nas palavras firmes. Sua presença é mais sentida que ouvida.
No governo, ela era a bússola. Sabia-se a direção do vento por sua inspiração. O governador, Moura Cavalcanti, vestido no temperamento forte dos canaviais da Mata, só se curvava ao azul e branco de Pernambuco. E a dona Suçu.
Pois bem. Lá fomos nós. Dona Suçu em demonstrada lucidez. Cercada pela estima de sobrinhos, parentes e amigos. Presente o time que foi testado na administração pernambucana no verdor dos vinte e oito, vinte e nove, trinta anos: Gustavo Krause, Joaquim Francisco, José Jorge.
Era 1975. E esses novatos substituíam uma geração de antigos pessedistas. Pessedistas herdeiros de Agamenon. Como tudo na vida, dobras do destino político os aposentou. Dando chance a que se provocasse uma das mais oportunas mudanças na gestão pública estadual.
A renovação não foi só geracional. Produziu-se uma reorganização profunda da estrutura gerencial do governo. Pensada no antigo CETEPE, órgão central de TI do Estado. Modernizando o esquema de funções de governo. Ajustando o processo decisório. Calibrando os espaços do futuro de Pernambuco: na construção do Centro de Convenções, na infraestrutura de Suape, na criação da Região Metropolitana / FIDEM, na edificação do Terminal de Passageiros – TIP.
Ou seja: governo com pedra, cal e alma.
Evidente que toda mudança gera resistência. Um dos periódicos locais estampou editorial: A hora dos meninos de Moura. Uma maneira oblíqua de apequenar os fazeres que todos percebiam acontecer.
O tempo passa. E com ele vem a comprovação dos fatos. A obra se configurava expressiva. Com planejamento, execução e faturas pagas. Com os fatos, veio também o registro isento. O jornalista Marco Aurélio Alcântara, na sua coluna, timbrou a comparação irrecusável: Pernambuco projetava os novos turcos. Que origem tinham os novos turcos?
O fundador da República turca foi Mustafá Kemal Ataturk. Presidente do país nos anos de 1920 e 1930. Reuniu um grupo de políticos e administradores, e executou ambicioso programa de reformas econômicas, políticas e culturais na nação turca.
A análise comparada de Marco Aurélio não apenas mostrava seu conhecimento histórico. Mas acentuava também a equivalência de projetos de transformação política ocorridas em diferentes meridianos. Mantidas as devidas proporções.
Era testemunho imparcial sobre uma experiência de mudança. Tão necessária no trópico. E fora dele.
No governo, ela era a bússola. Sabia-se a direção do vento por sua inspiração. O governador, Moura Cavalcanti, vestido no temperamento forte dos canaviais da Mata, só se curvava ao azul e branco de Pernambuco. E a dona Suçu.
Pois bem. Lá fomos nós. Dona Suçu em demonstrada lucidez. Cercada pela estima de sobrinhos, parentes e amigos. Presente o time que foi testado na administração pernambucana no verdor dos vinte e oito, vinte e nove, trinta anos: Gustavo Krause, Joaquim Francisco, José Jorge.
Era 1975. E esses novatos substituíam uma geração de antigos pessedistas. Pessedistas herdeiros de Agamenon. Como tudo na vida, dobras do destino político os aposentou. Dando chance a que se provocasse uma das mais oportunas mudanças na gestão pública estadual.
A renovação não foi só geracional. Produziu-se uma reorganização profunda da estrutura gerencial do governo. Pensada no antigo CETEPE, órgão central de TI do Estado. Modernizando o esquema de funções de governo. Ajustando o processo decisório. Calibrando os espaços do futuro de Pernambuco: na construção do Centro de Convenções, na infraestrutura de Suape, na criação da Região Metropolitana / FIDEM, na edificação do Terminal de Passageiros – TIP.
Ou seja: governo com pedra, cal e alma.
Evidente que toda mudança gera resistência. Um dos periódicos locais estampou editorial: A hora dos meninos de Moura. Uma maneira oblíqua de apequenar os fazeres que todos percebiam acontecer.
O tempo passa. E com ele vem a comprovação dos fatos. A obra se configurava expressiva. Com planejamento, execução e faturas pagas. Com os fatos, veio também o registro isento. O jornalista Marco Aurélio Alcântara, na sua coluna, timbrou a comparação irrecusável: Pernambuco projetava os novos turcos. Que origem tinham os novos turcos?
O fundador da República turca foi Mustafá Kemal Ataturk. Presidente do país nos anos de 1920 e 1930. Reuniu um grupo de políticos e administradores, e executou ambicioso programa de reformas econômicas, políticas e culturais na nação turca.
A análise comparada de Marco Aurélio não apenas mostrava seu conhecimento histórico. Mas acentuava também a equivalência de projetos de transformação política ocorridas em diferentes meridianos. Mantidas as devidas proporções.
Era testemunho imparcial sobre uma experiência de mudança. Tão necessária no trópico. E fora dele.