Editorial Caminho para a prosperidade

Publicado em: 28/01/2019 03:00 Atualizado em: 28/01/2019 08:43

A Bolsa de São Paulo registrou, na última quinta-feira, o 11º recorde neste ano, numa aposta firme dos investidores de que o governo de Jair Bolsonaro conseguirá cumprir todas as promessas na área econômica, a começar pela reforma da Previdência Social. Essa confiança aumentou depois do périplo do ministro da Economia, Paulo Guedes, por Davos, na Suíça, onde se reuniu com a elite global das finanças e do empresariado.

Guedes não só prometeu entregar as mudanças no sistema de aposentadorias ainda neste primeiro semestre, cuja economia poderá chegar a R$ 1,3 trilhão em 10 anos, como garantiu que o governo reduzirá a carga tributária sobre as empresas, de 34%, em média, para 15%. Com essas medidas, acredita o ministro, o Brasil poderá crescer a taxas superiores a 4% ao ano por um longo período e criar até 10 milhões de empregos nos quatro anos de governo Bolsonaro.

O discurso entoado pelo ministro, por sinal, foi fundamental para quebrar o gelo em relação ao país entre os donos do dinheiro. Até a chegada da comitiva brasileira aos Alpes suíços, havia uma onda de desconfiança, sobretudo pelo histórico do presidente Jair Bolsonaro, descompromissado com questões ambientais e distante das minorias. Os argumentos usados por Guedes para mostrar que o Brasil é um país seguro para investimentos, que respeita contratos e está comprometido com uma agenda liberal, fundamental para tirar o peso do Estado sobre os ombros de empreendedores, acabaram se sobressaindo.

Tanto que os principais bancos de investimentos do mundo já projetam que o Brasil poderá receber pelo menos US$ 100 bilhões do exterior caso as reformas sejam aprovadas. Esse dinheiro será vital para revitalizar a combalida infraestrutura do país, ampliar fábricas, agregar tecnologia, abrir postos de trabalho e ampliar a produtividade da economia. Infelizmente, nesse último ponto, estamos atrasadíssimos. Para produzir o mesmo que um trabalhador dos Estados Unidos são necessários quatro brasileiros. Num mundo globalizado e altamente competitivo, não há país que resista.

Diante desses dados, é importante que o governo siga à risca o seu projeto. Não pode ficar apenas na promessa. O Brasil enfrentou, nos últimos quatro anos, uma crise sem precedentes. As estatísticas apontam que cerca de 26 milhões de pessoas estão desempregadas, desistiram de procurar emprego (por desalento) ou estão subempregadas (não recebem o suficiente para bancar despesas básicas). Levando em conta que, na média, os lares brasileiros são compostos por quatro pessoas, pode-se aferir que metade da população está sendo afetada pela escassez de trabalho.

A empreitada rumo a um país melhor, contudo, não depende somente do governo. O Congresso, que tomará posse em 1º de fevereiro, terá papel relevante nesse processo. Deputados e senadores terão de deixar os interesses pessoais de lado, se afastarem da política rasteira do toma-lá-dá-cá, para trabalharem unidos em prol de um Brasil melhor. A grande renovação do Legislativo é o sinal mais claro de que a população não tolera mais o atraso. O país exige grandeza.

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