Editorial Alavancas para o crescimento

Publicado em: 17/12/2018 03:00 Atualizado em:

A importância da indústria para o crescimento econômico é inegável. O setor responde por 21% de todas as riquezas produzidas pelo país. Emprega 20 de cada 100 trabalhadores formais. É a maior arrecadadora de impostos. Responde por mais de metade das exportações brasileiras. Na média, oferece os empregos mais bem remunerados. Portanto, não sem razão, a indústria cobra mais atenção do governo.
Mesmo com todos os problemas enfrentados pelo país nos últimos anos, sobretudo uma das mais severas recessões da história, a indústria não deixou de investir. Pelo contrário, fez da modernização de seu parque produtivo e da qualificação da mão de obra seus pilares para continuar avançando. A tecnologia empregada hoje nas fábricas brasileiras é uma das mais modernas do mundo. A indústria já está com os dois pés no futuro.
Mas é preciso que uma agenda de eficiência e de previsibilidade seja tocada pelo governo. Um ambiente hostil em nada contribui para o desenvolvimento do país. É preciso diálogo e, claro, um conjunto de medidas que consolidem a estabilização da economia, mantendo inflação sob controle, juros baixos e um câmbio adequado para que os negócios possam ser fechados sem riscos de prejuízos.
A agenda desejada pela indústria passa pelo equilíbrio das contas públicas, pelo aumento da eficiência do Estado, pela melhora do ambiente de negócios e pelo estímulo ao crescimento econômico. São pontos prioritários para que o Brasil volte a crescer e a criar empregos. A expectativa do empresariado é a de que o governo eleito use o capital político para fazer o país avançar e garantir um novo ciclo de crescimento.
 Nesse contexto, é vital que as reformas tão necessárias para o equilíbrio macroeconômico caminhem a passos céleres, assim como as privatizações e as concessões. Quanto mais se adiarem os ajustes necessários na Previdência Social e no sistema tributário, mais difícil será a retomada da atividade para os níveis considerados essenciais a fim de que o país possa distribuir renda e reduzir a praga da desigualdade social, que só fez crescer nos últimos anos.
A agenda de prioridades está clara e passa pelas áreas fiscal, de competitividade, de segurança jurídica, de segurança pública e de educação. Há medidas de impacto e diretrizes que podem ser encaminhadas ou implementadas nos primeiros 100 dias do novo governo. Diante das urgências do país, não há tempo a perder. O relógio já está correndo. Os desafios estão dados. Não há mais espaço para frustração. A indústria e todos os segmentos do setor produtivo estão prontos para dar a contribuição que lhes cabe na luta pelo desenvolvimento. Mãos à obra.


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