Editorial País volta a crescer

Publicado em: 01/12/2018 03:00 Atualizado em: 02/12/2018 16:23

Aroda da economia retomou o giro, mas o ritmo ainda é lento. Entre julho e setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8% na comparação com o período anterior. A soma de todas as riquezas produzidas pelo país chegou a R$ 1,716 trilhão no período. A expectativa é de que o PIB encerre o ano com alta de 1,39%. Em 2017, o crescimento foi de 1%. O resultado desse terceiro trimestre foi puxado, em grande parte, pelos investimentos, que cresceram 6,6%. Além disso, é um indicativo de ecuperação da credibilidde do país. No auge da crise, iniciada em 2014, houve uma queda de 30%.

Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o consumo das famílias aumentou 0,6%, reflexo da queda do desemprego, que ficou em 11,7%, no trimestre encerrado em outubro. Hoje, são 12,4 milhões de brasileiros desocupados. Apesar de estarem fora do mercado formal, eles não estão de braços cruzados e têm garantido renda por conta própria. Esse comportamento do trabalhador tem impulsionado o crescimento do consumo de bens e serviços. Os técnicos preveem que. até o fim do ano. a massa salarial real aumentará em cerca de 3%.

A agropecuária se mantém como o segmento mais expressivo para o crescimento econômico do país, com expansão de 0,7% em relação ao trimestre anterior, e de 2,5% na comparação com igual período do ano passado. O avanço, avalia o IBGE, decorre do ganho de produtividade do café (26,6%) e do algodão herbáceo (28,4%). A indústria e serviços contribuíram com bons resultados com 0,4% e 0,5%, respectivamente. As exportações cresceram 6,7%. As importações, por sua vez, tiveram retração de 10,2%. O governo se comportou bem e manteve os gastos estáveis.

Diferentemente de Michel Temer, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, receberá o país em melhores condições. Porém, para deixar a crise no passado, a futura equipe deverá promover as reformas estruturais indispensáveis: previdenciária e tributária. Independentemente do matiz ideológico, há consenso de que sem essas mudanças o Brasil terá só espamos de bom desempenho, mas não conseguirá sedimentar um processo de crescimento econômico e garantir o desenvolvimento e justiça social como espera a nação.

Reequilibrar as contas públicas, promover as reformas e investir no bem-estar dos cidadãos, garantindo grau de excelência aos serviços essenciais, como saúde, educação, segurança e saneamento, são as principais atribuições do Estado. Para cumprir essa tarefa, o futuro governo dependerá, em boa parte de um Congresso responsável, em que os interesses partidários não se sobreponham aos anseios da sociedade. O Brasil, como nação mais expressiva do continuente sul-americano, não pode continuar patinando no século 19.

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.