Editorial
Estradas da morte
Publicado em: 20/07/2018 03:00 Atualizado em: 20/07/2018 06:35
Recente acidente na BR-251, no norte de Minas, que causou a morte de oito pessoas e ferimentos em outras 53 — o desastre envolveu 11 veículos, entre carretas, ônibus, vans e carros de passeio —, é o testemunho do estado lastimável das estradas brasileiras e do despreparo e imprudência de número elevado de motoristas que por elas trafegam. A malha rodoviária do país se encontra totalmente sucateada e não são boas as perspectivas para sua recuperação, diante do contingenciamento de gastos impostos pelo governo federal para enfrentar o grandioso deficit das contas públicas, este ano estimado em R$ 159 bilhões.
O alerta às autoridades vem sendo dado, diariamente, com o número crescente de acidentes que ceifam a vida de milhares de brasileiros. Com as férias escolares de julho — o mesmo ocorre em períodos de recesso escolar de fim de ano e nos feriados prolongados —, os agentes rodoviários federais e estaduais redobram a fiscalização e as campanhas de conscientização, mas o triste registro das estatísticas mostra que estamos longe de superar a tragédia que se abate sobre as famílias que perdem seus entes queridos nos desastres em todo o território nacional.
Na lista da pesquisa Acidentes rodoviários e a infraestrutura, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada recentemente, a rodovia que mais mata no Brasil é a BR-101, estrada que corta o país pelo litoral e é considerada a mais movimentada. Das 10 BRs que registraram mais acidentes com vítimas de morte, entre 2007 e 2017, a maioria corta Minas Gerais, estado que tem a maior malha rodoviária federal, o que explica o número elevado de desastres em seus limites. A segunda rodovia com mais óbitos, a BR-116, passa por 817 quilômetros de terras mineiras, ligando os estados do Rio de Janeiro e Bahia.
A terceira posição do ranking das estradas que mais matam é ocupada pela BR-153, temida rodovia que corta o Triângulo Mineiro e representa duas realidades completamente distintas. De um lado, um trecho de pista simples ligando o trevo com a BR-365 à divisa com São Paulo, e, de outro, um trecho à divisa com Goiás, em pista dupla. Seguem, no macabro ranking, as BRs 381 e 040, que juntas, somam mais de 3 mil mortes, cada, em 10 anos, em todo o Brasil.
Um dos grandes problemas nas estradas brasileiras é que muitas têm extensos trechos em áreas densamente povoadas, o que acaba provocando atropelamentos fatais. Ocorre que, além de estar localizadas no meio de centros residenciais e comerciais, encontram-se totalmente saturadas por causa do intenso movimento. Diante dessa realidade, investimentos em infraestrutura são essenciais, sobretudo em duplicação, implantação de acostamento e sinalização adequada. Somente assim os índices alarmantes poderão recuar. E como o poder público não tem recursos para investir, cabe ao governo federal acelerar o programa de privatização para a recuperação da abandonada malha rodoviária nacional.
O alerta às autoridades vem sendo dado, diariamente, com o número crescente de acidentes que ceifam a vida de milhares de brasileiros. Com as férias escolares de julho — o mesmo ocorre em períodos de recesso escolar de fim de ano e nos feriados prolongados —, os agentes rodoviários federais e estaduais redobram a fiscalização e as campanhas de conscientização, mas o triste registro das estatísticas mostra que estamos longe de superar a tragédia que se abate sobre as famílias que perdem seus entes queridos nos desastres em todo o território nacional.
Na lista da pesquisa Acidentes rodoviários e a infraestrutura, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada recentemente, a rodovia que mais mata no Brasil é a BR-101, estrada que corta o país pelo litoral e é considerada a mais movimentada. Das 10 BRs que registraram mais acidentes com vítimas de morte, entre 2007 e 2017, a maioria corta Minas Gerais, estado que tem a maior malha rodoviária federal, o que explica o número elevado de desastres em seus limites. A segunda rodovia com mais óbitos, a BR-116, passa por 817 quilômetros de terras mineiras, ligando os estados do Rio de Janeiro e Bahia.
A terceira posição do ranking das estradas que mais matam é ocupada pela BR-153, temida rodovia que corta o Triângulo Mineiro e representa duas realidades completamente distintas. De um lado, um trecho de pista simples ligando o trevo com a BR-365 à divisa com São Paulo, e, de outro, um trecho à divisa com Goiás, em pista dupla. Seguem, no macabro ranking, as BRs 381 e 040, que juntas, somam mais de 3 mil mortes, cada, em 10 anos, em todo o Brasil.
Um dos grandes problemas nas estradas brasileiras é que muitas têm extensos trechos em áreas densamente povoadas, o que acaba provocando atropelamentos fatais. Ocorre que, além de estar localizadas no meio de centros residenciais e comerciais, encontram-se totalmente saturadas por causa do intenso movimento. Diante dessa realidade, investimentos em infraestrutura são essenciais, sobretudo em duplicação, implantação de acostamento e sinalização adequada. Somente assim os índices alarmantes poderão recuar. E como o poder público não tem recursos para investir, cabe ao governo federal acelerar o programa de privatização para a recuperação da abandonada malha rodoviária nacional.