Politica

'Não vamos desistir do Brasil', disse Haddad, em Garanhuns

O candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Fernando Haddad, citou a mesma frase do ex-governador Eduardo Campos (PSB), no Agreste do estado, ao falar sobre a decisão de manter a candidatura de Lula e justificar a aliança entre o PT e o PSB no estado

Haddad usou o chapéu de Lapião em visita que fez em Caetés, antes de conceder a entrevista: Foto reprodução de Twitter de Humberto Costa.

 

O ex-ministro da Educação e possível substituto do ex-presidente Lula na chapa do PT, Fernando Haddad, citou a mesma frase do ex-governador Eduardo Campos (PSB), em Garanhuns, no Agreste do estado, ao falar sobre a decisão do partido em manter a candidatura de Lula mesmo após a impungação do registro no TSE e justificar a aliança entre o PT e o PSB no estado. “Não vamos desistir do Brasil”, disse o ex-prefeito de São Paulo, após ser indagado, em coletiva, como vai explicar ao eleitor essa reaproximação com o PSB depois da postura do partido no impeachment de Dilma Rousseff.

  

Na visão de Haddad, Paulo Câmara já se reposicionou em relação ao processo de impeachment e, nesse contexto, a reaproximação dos partidos de centro esquerda é decisiva para o resgate da soberania nacional. Ele frisou que, no processo de afastamento da então presidente, nem todos os políticos, nem a população tinha informações suficientes para saber o que estava acontecendo no país e nos bastidores.

 

Haddad ainda precisou explicar a aliança feita entre Dilma e Michel Temer. "Os dois foram eleitos por um programa. Naquela àltura, ninguém poderia imaginar o que ele faria com o Brasil, com a Constituição, com a CLT, com os programas sociais...Os cidadãos (também) precisam se reposicionar. Por quê? Porque temos novas informações. Àquela altura (na época do impeachment), a gente não tinha as informações que têm agora. Àquela altura, Aécio estava na Avenida Paulista (defendendo o impeahcment), o Eduardo Cunha estava fazendo manifestação e os políticos não são diferentes da população... Eles vão recebendo a informação de acordo com o que a imprensa tem acesso. Não é simples para ninguém, não é simples para ninguém se reposicionar, agora queremos fazer um governo de centro-esquerda”, declarou.

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O ainda candidato a vice foi perguntado se o PT insistiria na estratégia de continuar mantendo a candidatura de Lula e de continuar o embate jurídico, recorrendo da decisão do TSE. Ele respondeu positivamente e frisou que a decisão final será do ex-presidente, que, por estar preso, só pode se posicionar a partir da próxima segunda-feira (3).

Para o ex-ministro, a recomendação do comitê de direitos humanos da ONU deveria ter sido suficiente para que “autoridades brasileiras não impedissem o povo de votar na liderança mais importante do país”, mas isso não aconteceu. "Entendemos que essa é uma decisão (manter a candidatura de Lula) de respeito à soberania popular. Enquanto couber recursos, vamos utilizar todos os recursos”.

Sobre a aliança com Paulo Câmara, Haddad continuou. “Consideramos que a causa pela qual nós lutamos, a soberania nacional e popular, é muito maior do que as dificuldades que estamos enfrentando. Não vamos desistir do Brasil”, disse ele, repetindo uma frase dita por Eduardo Campos na campanha de 2014, quando ele se dispôs a concorrer contra Dilma.

Pouco depois de encerrar a coletiva, Paulo Câmara divulgou uma nota em que endossa a decisão do PT de recorrer juridicamente para manter a candidatura do ex-presidente.

VEJA A NOTA OFICIAL

Respeitamos a determinação do Tribunal Superior Eleitoral, mas asseveramos que continuamos firmes no propósito de fazer valer a vontade do povo de Pernambuco e do Brasil que é eleger o presidente Lula.

Defendemos a apresentação de todos os recursos aos tribunais para que sejam reconhecidos os direitos políticos de Lula. Estamos juntos com Fernando Haddad e com as principais lideranças das forças progressistas brasileiras até a vitória.

Queremos o Brasil de Lula de volta!

Paulo Câmara

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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