Parlamentares ignorantes?

Augusto Cesar Barreto Neto
Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente (UFPE), mestrado em Hebiatria (UPE), enfermeiro, obstetra e teólogo.

Publicado em: 19/03/2019 03:00 Atualizado em: 19/03/2019 10:43

O Brasil continua a viver a polarização das eleições de 2018. De um lado o ranço da derrota dos petistas e do outro a euforia dos bolsonaristas, mas será que esses parlamentares são de fato idiotas ou estão fazendo o jogo eleitoral?

O que podemos ver no atual contexto político do Brasil é um parlamento dividido e completamente néscio aos graves problemas brasileiros. Ultimamente, estou assistindo com mais frequência às TVs Senado e Câmara e o que posso observar é uma estupidez voraz de ambos os lados. Os petistas e “camaradas” permanecendo no leito de morte política do ex-presidente Lula, mesmo discordando da prisão sem provas reais do ex-presidente, fazer disso uma bandeira e esquecer que nada adianta sem mobilização das massas é apenas falar ao vento e dar munição para os bolsonaristas continuarem usando desse argumento para manter o discurso do antipetismo, que foi o maior responsável pela vitória esmagadora do Bolsonaro em 2018.

O Brasil está entregue às forças internacionais e aos grupos familiares, extremamente ricos e nossos parlamentares continuam na disputa de qual “lado” será desgastado primeiro, mas será que isso não faz parte de um jogo de marketing eleitoral para a manutenção do poder? Claro que sim! Pouco importa as pautas apresentadas no Congresso, se foi o Executivo que enviou, os petistas farão a oposição pavorosa e irresponsável e aí cabe o PT, PSol, PCdoB, PSB, parecendo-me que agora também o PDT (mesmo com o discurso do Ciro Gomes de que faria uma oposição responsável). Não me parece razoável (parafraseando o Ciro Gomes) que esses parlamentares são imbecis, mas sim que estão usando de estratégia para manter o discurso para sua militância. Mas, quanto isso custará para o povo brasileiro? Muito caro! Continuar com a estratégia usada contra a ex-presidente Dilma, para desgastá-la e retirá-la, servirá para o Bolsonaro? Creio que não. Mas, os petistas acham que sim. A falta de estratégias é visível na esquerda brasileira!

O que fazer agora, pois não se tem grandes lideranças políticas e a “única” é o Lula, mas está preso. Será que os petistas já pensaram em voltar nas bases, conversar com o povo e sair das caixinhas seria o início da solução? Claro que sim. O problema é que a militância “aguerrida” não quer ver isso, quer ver sim a famosa “combatividade” dos seus políticos eleitos, porque como eles mesmos dizem “com fascista não podemos conversar, nem debater!”.

Do outro lado estamos vendo o vazio teórico dos discursos dos parlamentares pró-Bolsonaro, muitos que foram eleitos não sabiam que o “pragmatismo político” serve apenas para a eleição e não para discursar no plenário. Sentimos muito, mas parlamentares precisam estudar bastante antes de emitir opinião esdrúxula e irresponsável como: “os professores não sabem ensinar”; “vamos proibir o anticoncepcional”; “Todas as universidades só têm professores petistas”. Voltem ao banco das escolas e solicitem aos professores (que não sabem ensinar) para os ensinarem um pouco de história do Brasil, teoria geral do Estado e filosofia política ou quem sabe vocês possam construir sua própria diplomação de “filósofo autodidata” ou “ideólogo brasileiro”.

Até quando o brasileiro vai aguentar o discurso polarizado do “antipetismo”, “Lula ladrão” ou “quem acabou com o Brasil foi o PT” dos bolsonaristas ou o discurso “antifascismo” e “Lula livre” dos petistas? Logicamente, até 2022! Porque é dessa forma que ambos os grupos foram eleitos e suas “lideranças” vão tentando manter as militâncias lerdaças na engorda.

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