Educação - olhar para o alto

Francisco Dacal
Administrador de empresas e escritor

Publicado em: 21/02/2019 03:00 Atualizado em: 21/02/2019 08:53

A educação, o sistema de ensinar e aprender, de habilitar o ser humano para o meio em que vive, é a causa primeira de toda sociedade.

Acreditemos que no Brasil também seja assim, embora, na prática, haja controvérsias, muitas controvérsias.

Quanto ao desempenho da educação, “o que mais impressiona não é só a taxa de crianças em idade escolar fora das escolas. Para oito milhões de crianças nessas condições, não foi surpresa saber-se que pouco mais de dois milhões estão matriculadas nas escolas. Mas a frequência não chega a 70%. E, sobre a frequência assim reduzida, a deserção escolar é sintoma impressionante. Mesmo para o ensino fundamental, a taxa dos alunos que chegam a concluir o curso não atinge a 6%. O rendimento efetivo real do ensino fundamental no Brasil é dos mais pobres do mundo, à vista dessa deserção”.

A informação descrita no parágrafo anterior, entre aspas, caro leitor, é de uma análise feita em 1934, na Era Vargas. Pasmem. Vamos então às perguntas: Ela é atual? O que foi feito pelos governos até hoje?

Indo direto ao cerne do assunto: o resultado da avaliação nacional do ensino médio (Ideb) de 2017, divulgada em 2018, teve a nota média de 3,8 – na escala de 0 a 10. Um desastre recorrente. Todos os estados ficaram abaixo de 5,0. Nada a comemorar, para tristeza geral o nivelamento é por baixo.

Muitas são as matérias publicadas, acadêmicas, eruditas, e sugestões de projetos, sobre e para este lamentável quadro educacional brasileiro. Infelizmente, até agora, o retorno tem sido tímido, pouco proveitoso para reverter os péssimos indicadores sociais derivados. Os efeitos, sentimos no dia a dia. Os fatos e as imagens não negam.  

Em suma, só nos resta, mais uma vez, colocar a esperança no seu ponto inicial. Pois é! Já tomaram posse e começaram a trabalhar o novo governo federal, os novos governadores estaduais e parlamentares federais e estaduais eleitos, alguns com mandatos renovados. Certamente, medidas eficazes, criativas e inéditas, deverão ser adotadas visando superar os atuais problemas e elevar o nível da educação nacional – estratégicas, de reestruturação, de renovação e qualificação profissional – de modo que tenham a capacidade de promover as condições de garantir um futuro melhor e mais seguro ao nosso povo, e à grandeza da nação. Temos que acreditar. A questão não é olhar à esquerda ou à direita, é olhar para alto.

Observando por outra vertente... e a educação quanto à manifestação de hábitos e civilidade das pessoas nas relações sociais e no exercício da cidadania, as boas maneiras, como se encontra? Que tal avaliarmos a cortesia nos serviços de atendimento ao público? E, também, o respeito ao trânsito; ao aposentado; ao consumidor; as filas; aos horários; ao profissional; ao cumprimento de responsabilidades; ao meio ambiente, entre os concidadãos etc. Que cada pessoa avalie sob o seu ponto de vista. Inclusive este humilde escriba. Sendo recomendável tratar as controvérsias porventura identificadas, para aprimorar a coexistência, no entanto, nunca levando em consideração o mau exemplo (não é novidade) que os parlamentares do Senado Federal deram ao país na recente eleição do presidente da dita casa maior, e do Congresso Nacional.

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