Questão de ordem

Malude Maciel
Cadeira número 15 da ACACCIL

Publicado em: 09/02/2019 03:00 Atualizado em: 11/02/2019 10:28

Como criatura nordestina, interiorana, educada em colégio de freiras e tendo um pai austero, jurava de pés juntos que na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, sendo ambientes de primeira grandeza na Nação brasileira, era exigido respeito das partes, diante dos assuntos de extrema importância para o Brasil. E, tal pensamento não é utópico.

Deputados e senadores, numa Democracia, são eleitos através do voto popular a fim de representar a vontade do povo com dignidade e, essa qualificação é honrosa, os cargos são altamente importantes, condizentes com a autoridade exercida.

No entanto, temos visto tremendas balbúrdias durante as sessões das duas Casas Legislativas Nacionais onde as acirradas discussões chegam às vias de fato entre os partidos (30 ao todo e não sei pra que tantos) com 513 parlamentares que nem de longe se mostram merecedores de desempenhar tais papéis na sociedade.

Como adversários eles se chocam com brigas tão grandes que, além de palavrões, gestos indecorosos, gritos e “cusparadas” no rosto uns dos outros, produzem um clima insustentável e um ambiente pesado, sem condição nenhuma de se resolver quaisquer assuntos. Uma  desmoralização sem cabimento.

Nessa última sessão de votação para cargos de presidentes de ambos os poderes viu-se de tudo para conseguir tais intentos. Uma anarquia sem precedentes onde a senadora Kátia Abreu sem compostura, criou a maior confusão em plenário, partindo para a mesa diretora, tirando à força os papéis do presidente, gritando acusações sem nenhum pudor, ética e ordem. Decepcionante essa falta de educação principalmente tratando-se de uma mulher, de quem se espera elegância e distinção (as doutoras Raquel Dodge e Carmem Lúcia que o digam). Por mais que um argumento esteja correto, precisa responsabilidade e boas maneiras em expô-lo, mas ali, naquele cenário onde se intimida na base do bocão, é impossível manter um diálogo coerente. Pior é que esse péssimo estilo está virando costume, fazendo escola, sem o mínimo de organização. Onde está o bom exemplo? Um absurdo!

Pessoas do mais alto escalão (como o Renan Calheiros) se digladiando, perdendo a cabeça e agredindo seus pares física e moralmente? O baixo nível dessas ações demonstra o tipo de personalidade daqueles senhores e senhoras, pois, é público e notório que muitos deles respondem a processos por desvio de dinheiro, desfalques ao erário e diversas corrupções. Portanto, devido a esses indivíduos, torna-se um grupo sem escrúpulos, desrespeitoso e sem condição nenhuma de exercer mandato eletivo.

Quando se pensa que tais situações são coisa do passado recente naquele nobre recinto, depara-se com reunião sendo cancelada, adiada, dentro do mais vergonhoso cenário incapaz de uma eleição normal, civilizada, sem falcatruas.

Tremenda VERGONHA!

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