A hora do turismo

Marcelo Álvaro Antônio
Ministro do Turismo

Publicado em: 15/01/2019 03:00 Atualizado em: 15/01/2019 08:41

O principal obstáculo ao desenvolvimento do turismo no país sempre foi a falta de vontade política. Conforme o Fórum Econômico Mundial, entre 136 países, o Brasil aparece na 126ª colocação no quesito priorização do setor. Existe uma unanimidade sobre o potencial turístico do país, a exemplo dos vários atrativos de Pernambuco, mas nunca houve um esforço concentrado para transformar nossos recursos naturais, culturais e a tão anunciada hospitalidade em emprego e renda. A manutenção do Ministério do Turismo pelo presidente Jair Bolsonaro é um indicativo claro de que o cenário mudou.

O trabalho será calcado em três pilares. O primeiro é o fomento ao turismo doméstico, por meio da redução do custo Brasil e do resgate do patriotismo. É preciso despertar no brasileiro o desejo de conhecer seu país primeiro antes de ir para fora. Não é possível uma passagem de avião para o exterior ser mais barata que para destinos nacionais. A diminuição do custo operacional, a ampliação da conectividade aérea e a reativação de mais de 100 aeroportos regionais são urgentes. Nesse sentido, algumas medidas cruciais tramitam no Congresso Nacional. Caso da abertura total de empresas ao capital estrangeiro e da criação de um teto de 12% para o ICMS sobre o combustível da aviação.

O segundo pilar é a atração de turistas internacionais, com a transformação da Embratur em agência e a modernização da promoção do Brasil no exterior. Enquanto México, Colômbia e Equador investem respectivamente US$ 490 milhões, US$ 100 milhões e US$ 90 milhões por ano, o Brasil destina apenas US$ 17 milhões à finalidade. A transformação da Embratur, sem criar mais custos, permitirá o fortalecimento da divulgação do Brasil no mundo por meio, entre outras alternativas, de parcerias com a iniciativa privada.

O terceiro pilar é a atração de investimentos e o estímulo ao empreendedorismo, com a desburocratização do país e a criação de áreas especiais de interesse turístico. O modelo que melhor retrata o projeto é Cancún. Com pouco mais de 20 quilômetros, a península mexicana injeta anualmente mais US$ 12 bilhões na economia do país. Há menos de 50 anos, Cancún se resumia a um imenso pântano. Com a criação de uma política clara, com incentivos tributários e econômicos robustos para os investidores, grandes resorts se instalaram no local.

Um item transversal, que perpassa e influencia toda a estratégia, é o aumento da segurança pública, tema central na agenda do governo. Ao colocar o setor como prioridade e atacar, de forma direta e objetiva, gargalos históricos, o potencial tem tudo para virar realidade. A hora do turismo chegou.

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