Cinco anos sem o cronista Mané Queiroz

Giovanni Mastroianni
Advogado, administrador e jornalista

Publicado em: 04/01/2019 03:00 Atualizado em:

O destino foi cruel com um caruaruense a quem considerava meu “afilhado profissional”, pois acompanhei sua trajetória de atividades, desde sua adolescência. Refiro-me ao radialista Manoel Marciano Queiroz, mais conhecido nos meios radiofônicos como Mané Queiroz. De família humilde, era filho de um sapateiro, Seu Marciano, como eu o chamava, que, certo dia, resolveu se aposentar, “pendurando os sapatos” para seu público, mas não para mim, pois me prometera continuar seus serviços, enquanto dele eu precisasse.Tal deferência ocorreu, por haver sua esposa, dona Alice, feito um pedido a mim: conseguir um emprego para seu filho Manoel, o caçula da família. De pronto, o pleito foi atendido e, todos os dias, durante certo tempo, ia buscá-lo, em sua residência, na Rua Silvino Macêdo, a fim de seguir em minha companhia até a Cidade Universitária, onde me auxiliava nos serviços da secretaria das faculdades de direito e odontologia de Caruaru.Mas Manoel Queiroz sonhava mais alto, pois queria trabalhar em rádio. À época, eu ocupava, também, a direção artística e a chefia do departamento esportivo da então Rádio Difusora de Caruaru. E logo chegava ele à pioneira, ocupando uma posição na área de publicidade. Foi lá que aprendeu os segredos da radiofonia esportiva, que muito lhe serviriam no futuro, pois seu desejo era atingir novos horizontes. Novo pedido e dessa vez para o Jornal do Commercio, na capital. Graças ao velho companheiro Ricardo Oliveira, que assumira a gerência financeira da empresa, consegui “um lugar ao sol” para Manoel Marciano de Queiroz.Inteligente e vivo como sempre foi, desenvolvia e dividia suas atividades em jornal, rádio e faculdade, nos cursos de economia e psicologia, e, depois, em emprego público: no Incra, onde cedo se aposentou, contando, acredite-se, mais uma vez, com minha colaboração, pois fui testemunhar, na Justiça, seu tempo de serviço ao meu lado, no início de sua carreira profissional. Servi, também, como advogado, em justificativa judicial, cujo juiz fora o saudoso Demóstenes Batista Veras, que hoje empresta seu nome ao Fórum de Caruaru.Mercê de sua inteligência, dinamismo e carisma, integrou os departamentos esportivos das diversas emissoras de rádio do Recife e Olinda e, mais recentemente, o Escrete de Ouro da Rádio Jornal e da JC News, do Sistema Jornal do Commercio. Vítima de um atropelamento de moto, dia 21 de dezembro de 2013, aqui mesmo, em sua cidade natal, faleceu, no fim da noite do dia 4 de janeiro de 2014, no Prontolinda, por não haver resistido aos graves traumatismos sofridos e às cirurgias a que se submeteu, deixando, aos 66 anos, viúva e filhos. Mas, injusto seria eu não citar, também, seu irmão Mariano, famoso nas transmissões esportivas como Roberto Queiroz, o “Garganta de Aço”, que comigo colaborou como cronista, quando dirigi ao lado de Souza Pepeu a sucursal de Caruaru da empresa Jornal do Commercio. Partiu cedo Mané Queiroz, deixando muitas saudades em seus milhares de admiradores.

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