Conservadorismo para além do óbvio

Carlos Alberto Chaves Pessoa Junior
Bacharel em letras

Publicado em: 03/01/2019 03:00 Atualizado em: 03/01/2019 08:35

Conservadorismo se trata de uma filosofia político-social de entendimento das estruturas sociais e sua permanência na sociedade. Não é mero rótulo dado aos que desejam ser “puros e imaculados”; Muitos assim concebem e atacam de forma pífia e jocosa aos que de fato são conservadores.

Ser conservador é perceber que sem conhecimento e entendimento do passado histórico-social, erros serão repetidos e a caminhada da sociedade se tornará cíclica e viciosa. Sócrates e Maquiavel juntos nos mostram que devemos conhecer a nós mesmos, a história do mundo que vivemos e àqueles que são nossos opositores e assim age quem de fato é conservador.

O mundo moderno negou a forma, a estética e o legado do passado nas artes por um louvor ao grotesco, ao disforme e ao panfletário. Seguindo aos modelos da tragédia grega, o conservador busca padrões superiores de moral e conduta por guias e não se afunda na fluidez moral (ética e moral são meras ferramentas a ser usadas e não nortes sólidos de conduta) como típico esquerdista.

O conservador sabe que mudanças nas estruturas sociais são necessárias, e até bem-vindas, mas que é mister o diálogo amplo e mudar por mudar é jargão dos sedentos pelo poder.

Ser conservador não é ser puritano ou figura sacra, não é ser empecilho ao progresso, tampouco é ser escravo do passado. Ser conservador é ser alguém cuja moral não se negocia, que percebe que fortes mudanças culturais, políticas e sociais não devem ser feitas através da violação da democracia.

Como indivíduo o conservador é defeituoso (sim, somos humanos), falho, ambíguo, mas isso não o leva a querer moldar a sociedade para atender ao seu EU limitado e falível.

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