Não compreendo como passei tanto tempo sem ir ver de perto uma cidade da qual ouvi falar durante toda a minha infância. As estórias que mamãe contava estavam gravadas em minha memória nutrindo uma grande vontade de conhecer a terra onde ela nasceu. Sempre que escutava ou lia algo a respeito ficava empolgada em chegar lá e desfrutar daquelas maravilhas tão cantadas e contadas por todos os visitantes. Enfim chegou o momento de realizar um sonho a muito acalentado: conhecer Triunfo, oásis do Sertão e confesso que superou todas as minhas expectativas. Vale a pena conferir!

Tudo começou no chamado: “Sítio Baixa Verde” que criou nome, e formou-se então uma importante feira, mas pertencia ao município de Flores, daí as divergências.

Foi dado à Baixa Verde o nome de Triunfo. devido à vitória conseguida perante a cidade de Flores. Em 13.6.1884 foi elevada à categoria de cidade que fica na mesoregião do sertão pernambucano, micro região do Pajeú, numa distância de 449 Km. da capital. Seus municípios limítrofes são: ao Norte: Paraíba; ao Sul: Calumbi; ao Leste: Flores e, ao Oeste: Santa Cruz da Baixa Verde. Sua população está na faixa dos 17.000 habitantes, sendo a cidade de maior altitude do Estado de Pernambuco, com 1004(m) e sua temperatura média é de 22 graus.

Poucos municípios têm o privilégio de reunir tantos atrativos como Triunfo, a começar pelo clima ameno, o aspecto singelo das antigas construções, os seculares e tradicionais conventos, colégios e igrejas, a fonte e o açude João Barbosa, hoje transformado em lago que tem o formato do mapa do Brasil e serve de ponto turístico, pois ao lado, está a estação do teleférico, que proporcionada excelentes passeios aéreos com vista panorâmica de todo o local, inclusive o majestoso prédio do cine-teatro Guarany de 1919, destacando-se pela sua monumentalidade, pois possui 12 janelas avarandadas na parte superior e mais 12 na inferior, constando duas portas em alvenaria e pintura característica da época, exercendo grande influencia na paisagem urbana do município, sendo um elemento de referência e símbolo da cidade. O casarão foi adquirido pela Fundarpe e restaurado mantendo a estrutura inicial e tornando-se um prédio de grande porte e valor histórico. Muito interessante também são as edificações em pedras, tanto as velhas como as novas, que são abundantes em toda a localidade, dando um destaque especial às construções de modo geral. Existindo uma “via sacra”, construída com muita arte e percorrendo as ruas, com paradas nos nichos de pedras que são utilizados pela igreja na semana santa com procissão dos fiéis.

O Museu do Cangaço guardando os detalhes das construções do século passado é outro ponto obrigatório para o turista. Ali funcionava a Escola Barbosa Lima, fundada em 1893, mas atualmente abriga aproximadamente 500 peças raras da época do cangaço, sendo subdividido em três partes: Museu do Cangaço, Museu Sacro e Museu da Cidade, onde se encontra um acervo de fotos e demais objetos seculares preservando a História da Região.

Conhecer os “engenhos” é algo fascinante, especialmente para quem, como eu, recebia caixas que meu avô mandava para Caruaru, contendo os saborosos alfenins, as rapaduras batidas e demais guloseimas doces e irresistíveis ao paladar. Foi impagável tomar o caldo da cana, feitinho na hora, no Engenho São Pedro, conversar e fotografar naqueles locais abençoados que trazem à mente tantas reminiscências. È como voltar no tempo, dar asas à imaginação e curtir o momento sagrado que Deus nos proporcionou, na Sua incomparável benevolência.

Não posso esquecer dos Caretas, ue constituem a figura maior do folclore da cidade de Triunfo. Trata-se de um grupo formado por rapazes da sociedade local que, desde muitos e muitos anos, saem pelas ruas escondendo todo o corpo para que não seja possível reconhecê-los com uma fantasia composta de máscara feita de papel e cola, chapéu com fitas multicoloridas, relho (espécie de chicote) e tabuleta com chocalhos diversos. A brincadeira é animada com os sons dos chocalhos e pelos chicotes estalando no chão. Os Caretas são importantes na cultura da bela cidade, dando-lhe a alcunha de “Triunfo, terra dos Caretas”.

Estou grata, por tudo isto, pela oportunidade, pela hospitalidade, pelo passeio em si, pela organização dos coordenadores do evento, pela amizade que pude fazer. Parabenizo oSESC pela primorosa excursão, salientando que a existência do hotel da Instituição naquela localidade só veio engrandecer e colaborar com o desenvolvimento de Triunfo, pequena cidade, charmosa e acolhedora que recebeu merecidamente, o apelido carinhoso de: “O Oásis do Sertão”.