Tempo de humildade e agradecimento

Raimundo Carrero
* Escritor e jornalista

Publicado em: 17/12/2018 03:00 Atualizado em:

Na década de 1970, ainda no início, o escritor Hermilo Borba Filho escrevia uma coluna semanal neste Diário de Pernambuco e uma vez por mês louvava os amigos , num gesto de ternura e afeto, seguindo, com clareza, os versos de Gilberto Gil. “Louvando o que bem merece, deixando o ruim de lado”. Tento repetir agora este gesto humilde de Hermilo, agradecendo e louvando os meus amigos Marcelo Pereira, Sidney Rocha e Andrea Mota, que projetaram e realizaram uma série de homenagens para celebrar os meus 70 anos de idade – nunca suspeitei que chegaria a esta idade, mas aguardo os 80, com a graça de Deus – e os quase 50 dedicados inteiramente à literatura com a publicação de mais de 20 obras, centenas de artigos, peças de teatro, roteiros de filmes e a instalação da Oficina de Criação Literária.
Tudo se tornou possível graças à adesão imediata e sem questionamentos do Governo do Estado, através do governador Paulo Câmara, em quem vejo grandes qualidades políticas e humanas, trabalhando em tempos de convulsão econômica para conduzir Pernambuco à liderança regional e nacional, com todos os entreveros internos e externos, e do presidente da Cepe, Ricardo Leitão, em cuja gestão, a Cepe deixa de ser uma obscura gráfica do Diário Oficial para se transformar numa gigantesca editora a comandar os lançamentos de livros em todo o país, confirmando os consagrados e revelando nomes que se tornam grandes pouco a pouco. Para isso conta com a participação do editor e escritor Welington Melo, esforço e esmero nas obras publicadas ao lado de uma equipe empenhadíssima.
Sidney Rocha – revelação de grande escritor e de curador -, ao lado de Marcelo Pereira – jornalista de muitas e notáveis qualidades, capaz de gestos emocionantes de afeto e grandeza moral – e de Andrea Mota – sempre empenhada com dedicação e ternura – são os responsáveis por esta exposição Condenados à vida, que ressaltou a realização de uma obra literária que busca a compreensão da condição humana com as suas sombras e os seus desvio. Para isso contaram com a colaboração de Romero de Andrade Lima, criador de uma sala na exposição em que os pecados e as danações dos meus personagens saem da literatura para a vida, queimando-se na sarça ardente da condenação eterna. Meus personagens são assim. Plenos de dor e de alegria.

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