Despedida de Miranda

Malude Maciel
Membro da ACACCIL

Publicado em: 22/11/2018 03:00 Atualizado em: 22/11/2018 17:47

No feriado de 15 de novembro tomamos conhecimento que o jornalista aposentado (aposentado não, que esse tipo de profissional não se aposenta, pois quem um dia foi rei sempre será majestade), Miranda, de uma família tradicional querida, partiu do nosso convívio.

Não sou amiga de viver na casa dos outros, porém minha amizade é sincera, embora um pouco distante. Mas, relembro com saudades os poucos e rápidos encontros com Antônio Miranda, sempre brincando e falando: “Feliz Natal”, em qualquer época do ano, ou fazendo adivinhações para rir da gente com aquela figura simpática de ancião. Costumava andar a pé por todo canto da cidade. E, nos tempos idos fez muito por Caruaru na sua divulgação no Rio de Janeiro, apresentando o Mestre Vitalino na capital brasileira, junto com outros batalhadores pelo sucesso de nossa terra. Tais quais: os irmãos Condé, Pe. Zacarias Tavares, etc. Em quaisquer acontecimentos, ali estava Miranda, como profissional e como pessoa inteirada com a vida social, política, cultural e literária caruaruense.

Estava sempre disposto a colaborar com o semanário e orientava os novatos nessa área, como eu. Era um indivíduo benquisto, viúvo de D. Francisquinha e pai de Toinho, Suely e Rosa. Deixamos, pois, nossas condolências à família enlutada.

Lembrei de quando ele se despediu de suas atividades no jornal Vanguarda e reproduzo, abaixo, as palavras que lhe foram dedicadas por mim.

O tempo realmente não pára, voa, e a gente sempre acha que só acontece com os outros. O tempo é implacável com tudo e com todos.

Lamentavelmente tivemos a triste notícia da despedida de Antônio Miranda das suas atividades jornalísticas.

Aos 88 anos, adoentado e sem condições de prosseguir na sua fabulosa trajetória no mundo da notícia, nosso jornalista caruaruense mais popular deixa o palco do Vanguarda, onde manteve anos a fio sua interessante coluna, fecha a cortina e se recolhe aos bastidores aconchegantes do seu lar, nos braços dos seus familiares. A grande perda é para todo o público que lhe foi cativo. Gente acostumada a abrir o jornal aos finais de semana e ser contemplada com as sadias e interessantes crônicas do velho amigo e conterrâneo, Miranda, que sabia como ninguém enfeitar o maracá, dando seu recado jornalístico com bom humor e autoridade de quem sabe das coisas.

Para nós, que tivemos nele um mestre, um exemplo de profissional, fica a saudade de suas historietas repletas de veracidades e da alegria constante de quando nos encontrávamos sorridentes, à Rua da Matriz, e ouvíamos a sua costumeira saudação de: “Feliz Natal!” a qualquer época do ano, acompanhada sempre de uma boa piada ou gracejo, sem maldade. Era um andarilho que, batendo pernas por toda Caruaru, cumprimentava os conhecidos deixando um ar de riso em quem lhe dava um dedo de prosa.

Pessoalmente sempre fui bem recebida em seu escritório na Rua Vigário Freire, quando levava algum assunto para divulgação em sua famosa: Coluna do Miranda, nas páginas do nosso querido semanário: Vanguarda.

Haverá uma imorredoura lembrança de seus feitos nos diversos meios de comunicação com seu envolvimento cultural, levando ao público, em primeira mão, as ocorrências do cotidiano.

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