Editorial O combate à falsidade

Publicado em: 20/10/2018 03:00 Atualizado em: 20/10/2018 06:37

As notícias falsas — comumente tratadas como fake news neste mundo globalizado —, pelo seu poder de provocar malefícios irreparáveis, devem merecer o combate sistemático de toda a sociedade brasileira. Não é possível mais conviver com a proliferação de informações inverídicas plantadas por toda parte, notadamente nas redes sociais, em que o caráter e a honestidade das pessoas, entre tantos outros atributos, são colocados sob suspeição, sem qualquer prova, principalmente em meio a uma das disputas eleitorais mais radicalizadas a que o Brasil tem assistido.

Tem de se dar um basta à prática tão nefasta no decorrer da consagração do processo democrático, que é a escolha, pelo voto, do mais alto dignatário da nação. As iniciativas tomadas para coibir a proliferação das fake news não vêm surtindo os efeitos desejados, haja vista a grande quantidade desse tipo de informação que toma conta dos canais de comunicação entre os eleitores e os candidatos à Presidência da República e aos governos dos estados. A população não pode mais ser enganada, como já o foi no passado recente, na escolha de seu presidente.

As campanhas, sob a supervisão da Justiça Eleitoral, precisam chegar a bom termo e seus coordenadores devem assumir a responsabilidade de combater, sem trégua, os autores das notícias falsas. Que firmem um pacto para enfrentar de uma vez por todas esta praga, nos últimos dias do segundo turno.

O TSE já decidiu reforçar a equipe de enfrentamento às fake news, disponibilizando três funcionários da área técnica para o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional que acompanha, desde Brasília, a segurança das eleições. Tecnologia não é problema para identificar e desmascarar os criadores e disseminadores das notícias falsas. Como no caso do eleitor que postou estar votando com uma arma (na realidade, de brinquedo). Em pouco tempo, a Polícia Federal (PF) descobriu o nome, a residência e a profissão do cidadão.

O aparato policial nacional tem os meios para se chegar à origem das informações manipuladas e distorcidas. Se medidas preventivas duras e efetivas tivessem sido adotadas no início da campanha eleitoral, os brasileiros não estariam tão vulneráveis à campanha. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, antes de passar a presidência do TSE à ministra Rosa Weber, prometeu severo combate às notícias falsas para garantir maior lisura ao pleito, mas pouco foi feito. No entanto, ainda há tempo para que as graves distorções causadas pelas fake news cessem, definitivamente. Basta vontade política.

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