Seca nordestina

José de Jesus Moraes Rêgo
Ex-diretor da Sudene e tem vários ensaios publicados sobre o Nordeste.

Publicado em: 19/10/2018 03:00 Atualizado em:

Ainda constantes as notícias sobre a seca nordestina, que está se prolongando, a ponto de recentemente o governo de Pernambuco decretar emergência, que atingia mais de 50 municípios. 
Dois fatos, com esta seca nordestina demorada de mais de cinco anos, merecem atenção, pelo menos. O primeiro é um conhecimento realístico por parte de habitantes com iniciativas de vítimas da seca, para fazer aprimoramento no combate e continuidade de métodos e costumes de combate à seca. O segundo é sempre o setor científico – de organismos como Sudene, DNOCS, Codevasf, CNPq, SBPC (Sociedade Brasileira de Proteção à Ciência), Ministério da Ciência e Tecnologia e outros, como os Ministérios das Forças Armadas – compreender esta realidade inovadora do sofredor nordestino descobrir modelos, que possam ser criados para o combate à seca, a partir da própria vida dos seus dizimados, com suas iniciativas de luta contra a força da calamidade. Sem deixarem de ver e sentir as iniciativas dos moradores, numa espécie de combate próprio, que pode ser criativo e útil para iniciativas maiores e científicas de organismos governamentais. Em síntese: uma realidade de sofrimento, com iniciativas de luta contra a força da calamidade, que atinge, periodicamente, o nordeste.
No meu livro Temas Diversos: Interações, Editora Rainbow, Brasília, 2016, tivemos preocupação com a seca e formas de combatê-la, tema ao qual volto neste artigo. Assim, temos uma referência para se sentir que fenômenos naturais fortes, base de sofrimento da população, também servem de diagnóstico para se desenvolver pesquisas, obras e descobertas científicas, que sirvam para se combater a seca do nordeste. Pois citei, num artigo - A seca nordestina criadora -, publicado no Diario de Pernambuco de 19.06.2008, que a calamidade seca pode ter uma função criadora, citando o livro As Cem Maiores Catástrofes da História, de Stephen J. Spignesi, Editora Difel, 2005. Dizia, num trecho do artigo: “No caso da seca nordestina, não citada no referido livro, tem-se de ver todo um trajeto, onde certas atitudes de planejamento e de desenvolvimento científico e tecnológico tenham aparecido e se consolidado na prática.”


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