Editorial O eleitor enganado

Publicado em: 11/10/2018 03:00 Atualizado em: 11/10/2018 08:26

Éponto pacífico entre candidatos a cargos públicos das mais variadas correntes políticas e ideológicas que o Brasil precisa de investimento maciço em educação durante décadas se pretende, de fato, se tornar um país desenvolvido. E investimento não apenas na educação tradicional ou tecnológica, mas, tão importante quanto na formação de cidadãos capazes de distinguir notícias falsas daquilo que realmente aconteceu.

As chamadas fake news estão entre as piores pragas que se espalham atualmente – e não apenas no Brasil, sejamos justos, mas mundo afora. E com capacidade para influenciar até mesmo nas eleições norte-americanas e na votação que tirou a Grã-Bretanha da União Europeia, o Brexit. Também na atual campanha eleitoral brasileira torrentes de informações falsificadas, montagens e outras enganações inundam as redes sociais, com efeitos danosos.

E assusta, como alertou o colunista político Reinaldo Azevedo, que as elites universitárias brasileiras, que, em tese, deveriam ser as mais preparadas para não se deixar enganar, estejam entre os principais clientes das mentiras espalhadas nas redes.

Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, quando ainda presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), antes de passar o comando à ministra Rosa Weber, prometeu severo combate às fake news, de modo a garantir mais lisura às eleições brasileiras. Não foi o que se viu até agora. As falsas notícias continuam pululando a pleno vapor. Deveria o TSE ter convocado um grupo de policiais federais especialistas em crimes digitais e investigado a origem, se não de todas, pois seria praticamente impossível, mas de parte das fake news. Ou pelo menos das mais graves.

Se tivesse feito isso e punido rigorosamente meia dúzia que fosse de produtores e divulgadores de informações falsas, certamente o restante da turma adepta da nefasta prática colocaria as barbas de molho. Se nada ocorre, a promiscuidade informativa continua e tende, inclusive, a piorar. Que se tomem, então, as tais providências de combate efetivo às fake news. Os cidadãos de bem agradecem.

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.