Ainda somos o país dos desdentados

Manoel Alvino Filho
Dentista e presidente da Rede OrtoEstética

Publicado em: 05/10/2018 03:00 Atualizado em: 05/10/2018 08:43

Por muitos anos, o acesso dos brasileiros à saúde bucal era bastante restrito. Esse cenário têm melhorado nas última décadas, mas não o suficiente para nos tirar o título de “país dos desdentados”. Ainda hoje, mais de 11 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente, de acordo com estudo Percepções Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança, feito pela Edelman Insights. Esse cenário fica ainda mais preocupante quando pensamos no Interior do País, quando o acesso ao dentista é menor.

A perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a qualidade e vida das pessoas entre 45 e 70 anos, faixa etária que mais evita o consultório odontológico, seja por conta de experiências negativas anteriores, por falta de orientação sobre saúde bucal ou pelo baixo poder aquisitivo. Para além dos problemas estéticos e do reflexo na autoconfiança e interação, a falta de dentes afeta a digestão, a respiração e até o bom funcionamento da articulação da mandíbula. O problema também está associado a uma nutrição comprometida, por conta da dificuldade em mastigar alimentos sólidos, e a perda óssea na região do maxilar. Não ter os dentes é mais do que um problema odontológico. É um grave risco à saúde da pessoa.

Falta de profissionais não é justificativa para a situação. O Brasil já é reconhecido como o país com maior número de cirurgiões dentistas do mundo, somando mais de 240 mil profissionais no território nacional, o equivalente a 15% dos dentistas do mundo. E se quantidade não significa qualidade, a Organização das Nações Unidas (ONU) coloca os profissionais brasileiros entre os melhores do mundo. Também acumulamos o título de terceiro mercado dental. Em volume geral, perdendo apenas para Estados Unidos e China. Ou seja, quem está preocupado com a saúde bucal, investe em produtos e tratamento. Mesmo assim, cerca de 22 milhões de brasileiros, 11% da população nacional, nunca foram, uma vez se quer, ao consultório do dentista.

Planos e franquias odontológicas, que oferecem serviços odontológicos com preços acessíveis, são opções para quem deseja manter os cuidados com a saúde bucal em dia sem se comprometer financeiramente. Para os que não pensam no assunto, faltam políticas efetivas de conscientização da população sobre a importância de cuidados básicos, como a escovação e a utilização de fio dental, por exemplo. Cuidar da saúde bucal é urgente aos brasileiros.

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