Editorial Soluções para o país

Publicado em: 03/09/2018 03:00 Atualizado em: 03/09/2018 08:48

Merece todo o apoio iniciativas como a ocorrida, recentemente, em São Paulo, quando representantes de vários setores sociais se encontraram para discutir soluções para os graves e persistentes problemas que afligem o Brasil. É de fundamental importância o engajamento da sociedade civil na busca de alternativas para mudar o Brasil em diversas áreas, da educação às pesquisas científicas, passando pelas ações de cidadania e a diminuição das gritantes desigualdades, que causam tantos sacrifícios à esmagadora maioria da população. Certo é que sem a participação efetiva dos cidadãos nos debates, visando a melhoria do país, pouco poderá ser feito.

O engajamento dos mais variados segmentos da sociedade nessa busca é primordial para estancar e reverter o processo de deterioração da nação nas áreas econômica, social e política. Somente com a participação democrática e compromissada de todos os setores será possível colocar em prática as mudanças almejadas pela população. Passou da hora de se tirar os diagnósticos conhecidos da realidade brasileira do papel e se avançar com medidas realistas para resgatar o país dessa letargia em que se encontra. Somente reconhecendo os problemas e os desafios atuais se poderá avançar com segurança rumo ao desenvolvimento social e econômico.

Durante o evento, denominado A urgência do futuro, empresários mostraram otimismo quando às possibilidades da nação. Um deles destacou que só três países têm, no mundo, como características, uma população de mais de 200 milhões de habitantes e território com mais de 8 milhões de quilômetros quadrados. Estados Unidos e China encontraram o caminho do crescimento — o primeiro há bem mais tempo do que o segundo — e, agora, a oportunidade está com o Brasil. No entanto, somente com o entendimento pleno do que acontece aqui é que será possível colocar a locomotiva nacional nos trilhos do desenvolvimento social e econômico.

Nos debates, ficou claro que sem as reformas previdenciária, tributária, política, entre outras, não haverá avanços concretos e permanentes. Os participantes lembraram que, num cenário de extrema fragilidade econômica, o Executivo se enfraquece cada dia mais, o Legislativo tudo faz para se afastar da população e o Judiciário age, sempre mais, como se estivesse em um país onde não há problemas com as contas públicas e não seja prioridade o controle desses gastos.

A falta de apoio às pesquisas, tanto governamental quanto privada, em todas as áreas, foi outro ponto que chamou a atenção dos participantes nos debates. Indiscutível que sem investimentos maciços em inovação científica e tecnologia o futuro não será promissor. Os entraves são tantos que, para exemplificar, basta dizer que, nos Estados Unidos, a encomenda de um item para pesquisa é liberado em um dia, enquanto que no Brasil pode levar até seis meses para ser entregue por causa de entraves burocráticos.

A atuação do Estado, com todo o seu gigantismo, também foi dissecada. Chegou-se à conclusão de que ao Estado cabe, unicamente, a prestação de serviços essenciais, como educação, saúde e segurança, deixando para a iniciativa privada o atendimento à demanda em outras áreas. A abordagem de temas estratégicos para o Brasil pelos mais diversos segmentos sociais deve se repetir com mais frequência, pois será apenas com a participação de todos que se descortinará um futuro promissor para o país.

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