A Palavra Luzilá Gonçalves Ferreira Doutora em Letras pela Universidade de Paris VII e membro da Academia Pernambucana de Letras

Luzilá Gonçalves Ferreira
Doutora em Letras pela Universidade de Paris VII e membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 17/07/2018 03:00 Atualizado em: 17/07/2018 10:28

Lançado na ultima reunião da Academia Pernambucana de Letras, esse jornal-revista (tem quarenta páginas) da APL, o número 2, correspondendo ao primeiro semestre deste ano. Convocados por Fátima Quintas, quarenta colaboradores, entre poetas, críticos, contistas, cronistas, a nata dos intelectuais do Recife ou de fora do estado. Produção, projeto gráfico, de Mariana Oliveira e Luiz Arrais, ilustrações de Wilton de Souza, gente de maior gabarito entre os que se dedicam a organizar, diagramar, ilustrar uma publicação desse tipo. Que a FacForm inprimiu com o carinho e a competência que conhecemos, resultando daí um quase objeto que a gente tem prazer de folhear, de manusear.

Aqui o leitor encontra matéria para todos os gostos: Fernanda Arêas comenta o uso das palavras e seu alcance a partir das novas experiências culturais sugeridas por Maio de 68 na França e fora dela, segundo análise de Michel de Certeau. Artigos de critica sobre Hermilo Borba Filho, sobre Cesar Leal, sobre aspectos da moderna ficção e poesia pernambucanas são assinados respectivamente por Cristiano Ramos, Mario Helio e Angelo Monteiro. Joca Souza Leão, José Claudio, Ivanildo Sampaio, nos fazem rir ou efetuar leitura critica de personagens como o ministro Joaquim Barbosa, os doutores Alzheimer e Parkinson, tão nossos conhecidos.. José Claudio comenta literatura latinoamericana e anuncia: “Não ter titulo é poder dizer besteira sem escandalizar.” Esta que vos escreve, nomeada tacitamente por Fátima porta-voz dos escritores do século XIX, apresenta em alguns parágrafos um homem que em 1846, pasmem, escrevia num Pernambuco escravagista e vivendo da exploração de homens e terras, a urgência da reforma agrária, o socialista Antonio Pedro de Figueiredo. Há muito mais e me perdoem os companheiros que não citei. Mas A Palavra, vale sim, horas de leitura. E parabéns a Fátima.

Escrinio
Na casa dos outros. “Sempre achei emocionante entrar na casa de alguém”. Com essas palavras Fabiana Moraes apresenta a exposição, que vem acompanhada de um livrinho-folheto, explicando seu fascínio pelo modo como as pessoas dispõem móveis, quadros, objetos de uso utilitário ou não, em suas residências. Fabiana e Helia Scheppa, com uma câmera à mão e uma idéia na cabeça ( socorro Glauber), fizeram fotos, documentaram sobretudo o humilde cotidiano de pessoas que, mesmo sem grandes recursos, fazem do cenário de suas vidas um espaço de beleza, bom gosto e simplicidade. A mostra está aberta ao público no salão de entrada das novas e maravilhosas instalações de Biblioteca Central da Ufpe, inaugurada na semana passada. A não se perder. Até o dia 17 de agosto.

Aglutinar. É o titulo que o artista plástico Pragana deu ao conjunto de suas obras que estão em exposição, desde o dia 9 de julho, na Galeria Arte Plural, rua da Moeda. A mostra estará aberta ao público até o dia 11 de agosto e tem a curadoria de Maria do Carmo Nino.

Poesia e Musica Popular. Muito oportuna, a reedição de Musica Popular e Moderna Poesia Brasileira, de Affonso Romano de Sant’Anna, feita pela Nova Alexandria. Nesse livro, que é de 1976, Affonso retoma o percurso da musica e da poesia brasileiras, em seus caminhos paralelos ou divergentes, a partir do Modernismo e até os dias de hoje.

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