Pitú 80 anos: mania de brasileiro

Antonio Barbosa
Escritor

Publicado em: 03/07/2018 03:00 Atualizado em: 03/07/2018 09:10

Conhecida pelo o slogan “mania de brasileiro”, a cachaça Pitú chega aos 80 anos de fundação (28.05.1938) figurando “entre as 20 marcas de bebidas destiladas mais produzidas no mundo, comercializando, em média, 98 milhões de litros de cachaça por ano”: ver a reportagem de Rochelli Dantas; “A empresa que é mania de brasileiro”  (Diario de Pernambuco, pág; 1.16 de 23/24.06.2018).

A reportagem mostra a pujança dessa empresa pernambucana, os seus investimentos nos setores de tancagem, equipamentos laboratoriais e de controle de qualidade, novas tecnologias, novos produtos, reciclagem de resíduos líquidos e sólidos e, o aprimoramento do setor exportação para os mercados já conquistados (“Estados Unidos, Canadá, México, Chile, China, Japão, Índia, Israel, Emirados Árabes, Tailândia, Austrália, África do Sul, Angola, Guiana Francesa, Peru e Argentina”); traçando o périplo dos produtos Pitú em todo território nacional e em mais de 50 países em  quatro continentes. A linha de produtos Pitú não se limita tão somente aos destilados, tendo como seu carro-chefe a aguardente branca. Ela tem um portfólio que comporta outras bebidas como a Pitú-Cola, Pitú-Limão e a Vodca Bolvana. As cachaças premium, Pitú Gold e Vitoriosa, envelhecidas em barris de carvalho, são consideradas as ‘topo de linha’.

Destarte – aliás, pouco observado e/ou menos valorizado por nós pernambucanos, mas reconhecido por diversos escritores –, a história do Engarrafamento Pitú se confunde com a própria história da consolidação da indústria brasileira promovida pela Era Vargas (1930/45), estendida até a década de 60, que contemplou bens de capitais (indústrias estruturadoras) e os setores mistos de abrangência manufaturadora e os essencialmente rurais, como os engenhos da cana de açúcar, que deram origem às usinas: “Primeiro ramo de produção econômica a desenvolver-se no Brasil (1542)”; ver Arquivo do escritor Mario Melo, dentre outros.

Não obstante a forma como se desenrolou, a Era Vargas expandiu e inaugurou definitivamente a primeira revolução política, econômica e social do país. Naquela época, surgiram pioneiros que souberam captar os sinais da chegada da industrialização, com clarividente visão de futuro, como por exemplo: Joel Candido Carneiro, Severino e José Ferrer de Moraes que, ao adquirirem o pequeno Engenho Arundú do Coito, nas cercanias de Vitória de Santo Antão, o transformaram nesses 80 anos num complexo industrial de bebidas destiladas, para orgulho nosso.

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