Copa do Mundo, maior evento futebolístico

Giovanni Mastroianni
Advogado, administrador e jornalista

Publicado em: 15/06/2018 03:00 Atualizado em: 15/06/2018 10:14

As atenções futebolísticas do mundo inteiro estiveram voltadas ontem para a abertura oficial da Copa do Mundo, versão 2018, tendo como palco, pela primeira vez, a Rússia, que, na condição de anfitriã, abriu a competição enfrentando a Arábia Saudita.

Surgida em 1930, idealizada pelo desportista Julles Rimet, então presidente da Fifa, sua maior aspiração era realizar um torneio que reunisse as seleções de todo universo, sonho que, em face das dificuldades para a travessia marítima da Europa para a América do Sul, afugentou a maioria das nações europeias, em seu lançamento.. Apesar de todos seus esforços para consecução desse majestoso empreendimento só conseguiu reunir treze nações, entre as quais o Brasil, que, desde então, é o único país a participar de todas as competições, que teve como sede inaugural o Uruguai, país anfitrião que conquistaria, provisoriamente, a inédita taça, que só a partir de 1946, viria a ser batizada de Jules Rimet.

A França e a Itália sediaram as próximas competições, respectivamente, em 1934 e 1938, tendo a seleção “azzurra” conquistado ambos os certames, ficando na posse do  troféu, durante duas temporadas. Realizada com intervalos de quatro em quatro anos, em face da segunda guerra mundial, esteve suspensa durante doze anos, retornando em 1950, no Brasil, com final programada para o estádio do Maracanã, à época, recentemente construído e inaugurado com uma partida amistosa que reuniu os selecionados carioca e paulista, antecedendo o evento futebolístico, considerado, desde então, o mais importante do mundo.

Lembro-me, como se fosse hoje, que, às 10 horas da manhã, do fatídico dia 16 de julho de 1950, eu já me encontrava no palco da decisão entre Brasil e Uruguai. O favoritismo dos brasileiros imperava, sobremaneira, e os jornais antecediam, em manchetes, a conquista mundial do Brasil. Nas arquibancadas, em virtude da invasão do público,   cerca de duzentos mil torcedores. Ao Brasil bastava um empate. O otimismo era geral, pois ainda como “handcap” abria o placar com um gol de Friaça. A decepção veio logo depois com gols de  Schiaffino e Ghiggia, comandados pelo “capitão” Obdúlio Varella.

Acontecimento conhecido como “maracanaço” – a história de uma derrota eterna –, apesar das conquistas do Brasil, em 1958, 1962, 1970 (obteve a taça, definitivamente), 1994 e 2002, jamais foi esquecido. E, tão triste, quanto aquele 1950, foi a derrota para os alemães, em 2014, por 7 a 1, também, por ironia do destino, em território brasileiro.

Agora, mais uma vez, o Brasil põe o seu prestígio de único país pentacampeão mundial de futebol em risco, enfrentando, ainda na fase de grupos, dia 17, a Suíça, às 15 horas; 22, a Costa Rica, às 9 horas e 27, a Sérvia, às 15 horas.

A confiança nos comandados de Tite é muito grande, mas as lições que os brasileiros aprenderam em 1950 e 2014, em pleno território nacional, jamais permitirão que se subestimem os próximos adversários, todos dignos de serem respeitados.

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