Ronaldo enriquece leitor com um novo romance
Raimundo Carrero
Escritor e jornalista
raimundocarrero@gmail.com
Publicado em: 11/06/2018 03:00 Atualizado em: 10/06/2018 21:36
O Recife e o Brasil ganham um presente hoje. O escritor Ronaldo Correia de Brito lança no Museu do Estado, a partir das 19 horas, o romance Dora Sem Véu com o selo da Alfaguara/Companhia das Letras. Um livro extraordinário com o zelo que o autor dedica sempre aos seus textos. Invariavelmente. Ronaldo escreve o romance mas quem sai ganhando somos nós.
Conta-se uma história de mulheres, destacando-se Francisca, com o seu cortejo de dores, saudades arrependimentos e culpas. Tudo isso com a dosagem artística extremamente equilibrada, com uma adequada linguagem à ternura e à compreensão para os gestos da personagem ou das personagens.
Além disso, o autor procura acrescentar visões do Brasil, dando à sua obra um toque sociológico ou antropológico, o que vem ocorrendo desde Galileia, que tem uma marca muito profunda na obra do autor, fugindo do projeto original, onde se destacam o artesanato e a criação de personagens.
Não é sem razão, portanto, que esta nova Francisca carrega uma dose muito grande de culpa, pressionada por recordações ou lembranças de fatos que só a enriquecem e só fortalecem, jogando-o para o céu de grandes estrelas da ficção brasileira, onde se destacam personagens notáveis de Jorge Amado ou de Adonias Filho. Sem falar naquelas mulheres densas e tensas de Lúcio Cardoso ou de Cornélio Pena.
Francisca, em sua longa viagem pelos brasis, lembra Ana Paúcha, a marcante, terna e ousada personagem de Ana-Não de Gomez Arco, a expor as dores, as chagas, as feridas da velha Espanha maltratada na Guerra Civil. Grande e belo romance este de Gomez a mostrar esta mulher andando sobre trilhos para levar um bolo de chocolate ao filho, desde o Sul ao Norte, numa caminhada solitária e inquieta. Um romance político.
Estou seguro que é um romance marcante, este de Ronaldo, que leremos com o prazer de sempre. Mais do que interpretação, o grande romance pede encanto e mágica. Elementos que não faltam à obra deste autor fundamental.
Conta-se uma história de mulheres, destacando-se Francisca, com o seu cortejo de dores, saudades arrependimentos e culpas. Tudo isso com a dosagem artística extremamente equilibrada, com uma adequada linguagem à ternura e à compreensão para os gestos da personagem ou das personagens.
Além disso, o autor procura acrescentar visões do Brasil, dando à sua obra um toque sociológico ou antropológico, o que vem ocorrendo desde Galileia, que tem uma marca muito profunda na obra do autor, fugindo do projeto original, onde se destacam o artesanato e a criação de personagens.
Não é sem razão, portanto, que esta nova Francisca carrega uma dose muito grande de culpa, pressionada por recordações ou lembranças de fatos que só a enriquecem e só fortalecem, jogando-o para o céu de grandes estrelas da ficção brasileira, onde se destacam personagens notáveis de Jorge Amado ou de Adonias Filho. Sem falar naquelas mulheres densas e tensas de Lúcio Cardoso ou de Cornélio Pena.
Francisca, em sua longa viagem pelos brasis, lembra Ana Paúcha, a marcante, terna e ousada personagem de Ana-Não de Gomez Arco, a expor as dores, as chagas, as feridas da velha Espanha maltratada na Guerra Civil. Grande e belo romance este de Gomez a mostrar esta mulher andando sobre trilhos para levar um bolo de chocolate ao filho, desde o Sul ao Norte, numa caminhada solitária e inquieta. Um romance político.
Estou seguro que é um romance marcante, este de Ronaldo, que leremos com o prazer de sempre. Mais do que interpretação, o grande romance pede encanto e mágica. Elementos que não faltam à obra deste autor fundamental.