A volta dos Beatles

Duciran Van Marsen Farena
Procurador regional da República

Publicado em: 23/05/2018 03:00 Atualizado em:

“Será que algum dia eles vêm aqui/ Cantar as canções que a gente quer ouvir?” Diz o famoso refrão da canção Rua Ramalhete (Tavito) que hoje parece que é uma espécie de hino informal da capital de Minas. Pelo que eu sei, os Beatles nunca estiveram aqui, mas uma possibilidade real surgiu ali por 1995, quando o Brasil começava a virar destino obrigatório de grandes turnês internacionais (antes disso era só Sinatra no Copacabana Palace, Charles Aznavour e Jimmy Cliff) e os Beatles anunciaram seu retorno. Que sonho! Paul, George, Ringo… epa, cadê John?  John já havia passado desta para melhor havia pelo menos 15 anos, mas era possível remediar isso. O que muita gente jovem hoje não acredita é que, naquela época, a informática já estava bastante avançada. Óculos de realidade virtual, desses que acham que foram inventados ontem, já estavam disponíveis em quiosques nos shopping centers para diversão. Projeções holográficas, então, nem se fala. Voilá, ele voltou! Está entre nós! Com a remixagem de antigas gravações descartadas e softwares capazes de transformar “Oi, aqui é o John Lennon, deixe seu recado...” em “Oi, aqui é o John Lennon, que prazer em estar aqui com vocês”, os Beatles anunciaram seu retorno, e, com a participação indispensável de John, e as bençãos de Yoko, lançaram até canções novas, como Free as a Bird, em seu famoso CD Archeology. Uma das coisas de que me arrependo é de não ter comprado o CD quando foi lançado (nas Lojas Americanas, lojas físicas, bem entendido, por R$ 18,99;  hoje uma mixaria, mas naquela época parecia meio salário). A vida é assim. Os grandes eventos históricos passam e a gente nem se dá conta. Ah, se eu soubesse… tudo bem, quase 25 anos se passaram e o Archeology ainda não é considerado o novo Sgt. Pepper's, mas deem-me mais 25 anos e verão. Outra coisa de que também não me dei conta é de como o grupo se desmanchou de novo, sem que o sonho do show no Brasil se concretizasse, mas acredito que não deve ter havido nenhum rompimento espetacular. Só sei que Paul casou-se pela 998ª vez, e George faleceu. Tudo bem. Enquanto houver um integrante vivo, e a tecnologia continuar evoluindo, ainda há esperança. 

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.