Nós somos o trânsito

Gustavo Figueirêdo
Especialista em saúde mental e psicólogo clínico

Publicado em: 17/05/2018 03:00 Atualizado em: 17/05/2018 08:25

O mês de maio é designado para a realização da campanha de conscientização sobre os acidentes de trânsito. Conhecido como: Maio Amarelo. O slogan da campanha é: Nós somos o trânsito. Segundo José Aureliano Ramalho, diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, relata que: “... 90% dos acidentes têm como motivação as falhas humanas como imperícia, imprudência e desatenção”. Índice preocupante, não é!? Mas venho por meio desta, discorrer, sobre: como estamos transitando nas estradas da vida, para que melhor tenhamos fluidez para aspirarmos à mesma?

Conforme Padre Fábio de Melo no seu livro, Crer ou não crer: uma conversa sem rodeios entre um historiador ateu e um padre católico, diz: “O viver para fora tem sido a regra que nos normatiza. E a verdade, definitivamente, não pode ser pescada no raso da vida. ... Na superficialidade não experimentamos o autoconhecimento. E é a partir dele que tomamos posse do que somos. Ele nos possibilita identificar limites, possibilidades, e arregimentar uma espiritualidade comprometida com o amadurecimento humano”.

No entanto, a busca ao amadurecimento humano vem ficando opaca, cada vez mais. Certamente por questões multifatoriais. No mundo pós-moderno nos é proporcionada uma parafernália tecnológica. A essa inovação, possivelmente, seja um dos fatores contribuintes para esse empuxo à permanência no mundo superficial ou à marginalização. Sim, à marginalização!

Diante de várias definições que a palavra marginaliz/ação poderá nos oferecer, uma delas é: ação de exclusão. E a partir do momento que transitamos em sentido à superficialidade; deixamos de estar conosco. E aí, o mundo é como nós estamos. Se passarmos a estar ausente de nós, provavelmente só teremos para oferecer ao mundo ou às pessoas a: ausência de nós. Uma prova disso é que os milhares de con-tatos, existentes hoje, são vividos perante as redes sociais de whatsapp, facebook,... e assim por diante.

A esse sentido de transitar à vida, provavelmente, chegaremos a um único destino: de/pressão – a pressão nossa de cada dia.

Por fim, caro leitor, eis a questão! Como vem transitando na estrada da vida? Pelas vias da superficialidade ou do autoconhecimento? Será que uma reflexão nesse sentido servirá para transitarmos melhor; até nas vias urbanas das grandes cidades? Ou nada tem a ver?

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