E Deus criou a mulher

João Bosco Tenório Galvão
Advogado

Publicado em: 16/05/2018 03:00 Atualizado em:

De uma costela tirada de Adão, formando um casal que vivia nu e não sentia vergonha.(Gênesis 2:22,25). Eva completou o seu senhor (Gênesis 3:16) e por muito pouco não foram felizes para sempre. Dessa desfrutante união surgiram as arianas, as amarelas, brancas e negras, com suas intermináveis variações, sendo destaque  as mulatas, onde Deus, generosamente, aperfeiçoou os graus de beleza de sua melhor criação: a mulher. Pensam os tolos que as raças são distinções entre o gênero humano a consagrar diferenças matrizes. Ledo engano. O humano tem uma só origem, estabelecendo-se suas diferenças por força de climas, alimentação e interação particular em cada meio ambiente. O estabelecimento radical de diferenças raciais em prejuízo da ideia do gênero humano é mera construção intelectual do animal homem, em seus interesses de dominação, dividindo o nosso gênero em raças, superpondo-se tal conceito à existência de inúmeras e incontáveis etnias, fortalecendo dessa forma uma construção sociocultural de eventual hegemonia de poucos sobre muitos, dando origem à escravidão. Os negros do Continente Africano não formavam uma unidade entre si, nem se viam como uma unidade de cor ou de raça, mas, sim, como uma diversidade de etnias, cada qual com sua identidade específica, graus de cultura e desenvolvimento diferenciados, sendo afinal unificados pela cor, passando a ser negros africanos, por ditames do sistema escravista em classificar os subjugados numa única categoria de negros. O mesmo aconteceu com várias outras etnias, pois já tivemos escravos brancos, amarelos, indígenas, muçulmanos, cristãos e judeus, pois o mal da escravidão é um mal cometido pela humanidade em geral, sendo uma decorrência de nossa natureza, quando pervertida. A origem da humanidade é una, o seu desenvolvimento por fatores exógenos tem mil e uma influências determinantes, como o frio e o calor, altitude e latitude, fome e saciedade. Somos unos em nossas diversidades de hábitos e costumes, de línguas, de religiões, de vestuário, de relacionamento entre os povos, pois, afinal, as vitórias-régias da Praça de Casa Forte não são iguais às da região amazônica. A beleza física da humanidade é relativa aos olhos de cada um, pois tem olhos que enxergam pedras, outros só caminhos e quem ama o feio o bonito enxerga. Em nossa evolução talvez um dia a vida seja só sorriso e o pranto mera lembrança de um estágio.

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