Editorial Um dia que entrou para a história

Publicado em: 27/04/2018 03:00 Atualizado em: 27/04/2018 08:21

O mundo assistiu ontem à noite (manhã desta sexta-feira na Coreia) a um encontro histórico. Kim Jon-un se tornou o primeiro líder norte-coreano a pisar no território sul-coreano desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.

O ditador atravessou a linha de demarcação militar que divide a Península Coreana, por volta das 21h30 (horário de Brasília), e apertou calorosamente a mão do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que também entrou rapidamente no Norte antes de caminhar de volta ao seu país.

Esse momento cheio de simbolismo marcou o início da histórica reunião de cúpula entre os dois líderes coreanos, que servirá de aquecimento para o encontro entre Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para acontecer entre o final de maio e o início de junho, mas ainda sem confirmação oficial.

Na reunião, Kim Jong-un fez questão de enfatizar que o encontro marca o começo de uma “nova história” entre as duas nações. “Não vamos voltar atrás, vamos apenas olhar para o futuro”, afirmou Kim, que estava frente a frente com Moon e sob os olhos dos principais canais de notícias do planeta. “Vamos falar francamente de problemas e temas de interesse mútuo. Eu vim aqui com a sensação de que estamos na linha de partida da paz, da prosperidade e de uma nova era para as relações Norte-Sul.”

O presidente sul-coreano, por sua vez, ressaltou que eles devem chegar a um compromisso mútuo “ousado”. “Queremos dar um grande presente de paz ao nosso povo e à humanidade”, afirmou.

O tema principal da cúpula, que se estenderá por toda esta sexta-feira, será a desnuclearização. É um momento importante para se saber até que ponto a Coreia do Norte está de fato disposta a ceder o seu arsenal nuclear, desenvolvido ao longo de décadas.

O encontro é o terceiro da história entre Seul e Pyongyang, o primeiro em 11 anos e o único realizado abaixo do paralelo 38. Os dois anteriores, em 2000 e 2007, ocorreram sob o comando de Kim Jong-il, pai do atual ditador, e levaram presidentes do Sul à capital do Norte.

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