Não basta ser mulher, precisamos estar preparadas para enfrentar as urnas

Yeda Crusius* e Solange Jurema**
* Deputada federal pelo RS e presidente nacional do PSDB Mulher.
** Presidente de honra do PSDB Mulher e ex-ministra do governo FHC

Publicado em: 26/04/2018 03:00 Atualizado em: 26/04/2018 08:50

O mundo político ainda continua excessivamente masculino afastando as mulheres, que são 57% da população brasileira, das disputas partidárias. Para mudar essa realidade é que a legislação eleitoral passou a exigir que 30% das vagas de candidatos em chapas proporcionais deveriam ser reservadas para mulheres. Foi um primeiro passo. Mas para que tais candidatas não cumpram apenas papel de figuração, essas mulheres precisam ser apoiadas, inclusive com financiamento partidário, e estar capacitadas para enfrentar uma campanha eleitoral em pé de igualdade com os homens.

Para garantir essa capacitação, o PSDB Mulher investiu numa parceria com a Fundação Konrad Adenauer (KAS) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV). Em março último, organizamos em Porto Alegre (RS) o seminário “Os desafios das eleições 2018 e a importância do senso crítico e propositivo para a capacitação política”, voltado para nossas pré-candidatas da região Sul. Agora em abril, estaremos hoje e amanhã reunidas no Recife (PE) para o seminário “O papel da mulher na democracia: desafios e oportunidades nas eleições de 2018”, voltado para as pré-candidatas do Nordeste.

Acreditamos que o investimento em capacitação encurtará o caminho para atingirmos nossos objetivos e assegurarmos que a voz das mulheres seja ouvida pelos eleitores e seu trabalho qualifique a política.

Não queremos apenas mulheres nos cargos de destaque e, sim, mulheres preparadas e que façam a diferença e que representem bem o partido e as lutas sociais.

Mais bem preparadas e respaldadas pela decisão da Justiça Eleitoral, que a partir deste ano deverá garantir que o teto de investimentos nas candidaturas femininas suba de 5% para 30%, mesma proporção de candidatas por partido, nós, tucanas, estamos mais próximas de aumentar nossa representação no Congresso Nacional e Assembleias Estaduais.

Para ocuparmos o lugar que merecemos na política ainda será necessária muita mobilização e fiscalização. Só unidas e capacitadas chegaremos aos principais cargos da política brasileira, como assistimos hoje, por exemplo, na Alemanha, fonte de inspiração para todas nós.

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