O poder e o dinheiro inebriam o homem

Prof. Ary Avellar Diniz
aryavellardiniz@yahoo.com.br
Diretor do Colégio Boa Viagem e da Faculdade Pernambucana de Saúde

Publicado em: 16/04/2018 09:00 Atualizado em:

Não há pessoas iguais neste mundo de 8 bilhões de habitantes. Até os gêmeos, trigêmeos ou simplesmente sósias podem apresentar fisionomias parecidas, evidenciando, porém, contrastes de temperamento ou de atitudes comportamentais entre si.

Os interesses são múltiplos entre pessoas diferenciadas. Há os humildes e introspectivos, o que não quer dizer que os mais atirados e afoitos não se possam tornar pessoas inconsequentes.

Citemos os voltados para o bem, a exemplo daqueles que pensam em servir ao próximo, desde os generosos eclesiásticos aos pedagogos dedicados, os médicos e os militares altruístas, além dos políticos honestos. Esta última categoria (não vamos citar todas) faz lembrar o filme recentemente passado nas telas cinematográficas: O Destino de uma Nação, a respeito de Winston Churchill.

A vida política do primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, durante a 2.ª Guerra Mundial, deu verdadeira prova de que ainda há pessoas que transmitem belos exemplos de amor à Pátria e aos seus conterrâneos, transmitidos na película de maneira corajosa, séria e determinada.

Antagonicamente, a ganância pelo poder, objetivando somente se servir da Nação, e não servi-la, é comumente observada em muitos países do mundo, particularmente no Brasil. O que é uma tristeza! Indivíduos dessa estirpe, além do “poder”, partem ferozmente na direção exclusiva de aumentar seu patrimônio, dos familiares e de seus pseudoamigos. Alguns vendam os olhos para não enxergar a desgraceira e, quando inquiridos pela Justiça, logo respondem cinicamente: “Nada vi e não sei”… — O pior cego é aquele que não quer ver!

A ambição não é só verificada nas camadas políticas do país. Frequentemente se observam desavenças familiares causadas pelo dinheiro. Tudo acontece antes da partida do páter-famílias, tornando-se muito mais acentuado após o seu desaparecimento. Deixam de existir os sentimentos familiares, sendo que os que “pousam” nos lares sem qualquer vínculo umbilical são os mais excitados “caras-de-pau” na conquista de um quinhão cada vez maior.

A conquista dos bens materiais, seguindo os trâmites da decência e do comedimento, em nada se pode censurar. Já dizia o 1.º Livro de Samuel 2:7: “O Senhor é quem dá a pobreza e a riqueza; ele humilha e exalta”. E, ainda, em Ageu 2:8: “Tanto a prata como o ouro me pertencem”, declara o Senhor dos Exércitos”.

A verdade é que tudo tem limites: o dinheiro escuso, um dia, pode perder o controle na distribuição dos recursos e retornar às origens.

Há o provérbio que diz: “Dinheiro não traz felicidade”. Já outros o remendam, contrários a essa afirmativa: “O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele” (Machado de Assis). E há os que se divertem: “O dinheiro não traz a felicidade. Manda buscar” (Millôr Fernandes).

O importante é a melhoria financeira pessoal realizada mediante o suor do rosto, pelo trabalho determinado e honesto. O poder exercido em prol de causas comuns e úteis à sociedade reflete no dirigente a satisfação de um dever cumprido, que vale muito mais do que o vil metal!

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