Somos todos Marielle e Lula por justiça

Marcelo Santa Cruz
Advogado, militante dos direitos humanos, sem filiação partidária.

Publicado em: 26/03/2018 03:00 Atualizado em: 26/03/2018 09:20

Escrevo sentindo dor, não pelas dores do acidente de que fui vítima, na semana passada, tendo fraturado os dois braços.  Mas, pelas dores e indignação pelas execuções de Marielle Franco e Anderson Gomes. Atribuo a responsabilidade pela execução dos dois à intervenção federal no Rio de Janeiro, a qual Marielle diariamente denunciava, bem como às execuções, inclusive de crianças e trabalhadores. As primeiras declarações do general interventor foram de que, em virtude de seu trabalho, não queria ser submetido à outra Comissão da Verdade. Com esta declaração, os militares exigiram uma condição para aceitarem a responsabilidade pela Intervenção.  Um retrospectiva da conjuntura inicia-se com a vergonhosa deposição da Presidenta, DILMA mulher, ex-presa política, destituída do cargo sem causa, sem crime de responsabilidade, mediante uma grande farsa articulada pela mídia, Judiciário e com a ajuda de um parlamento corrupto, a serviço do capital internacional e do sistema financeiro.  

O Judiciário teve um papel ativo no golpe de 2016, desde a Operação Lava-Jato, incluído o STF. Há muito tem sido estimulada uma política de ódio contra as forças progressistas e a larga impunidade nos assassinatos dos ativistas de direitos humanos, e em especial às lideranças do campo. O golpe de 2016 levou ao poder o usurpador Michel Temer, fragilizado pela denúncias de corrupções promovidas pela Procuradoria-Geral da República, fundamentadas em robustas e incontestáveis provas e com seu ministério envolvido em sérias denúncias de corrupções. A intervenção federal no RJ é o aprofundamento do golpe, cuja senha atual foi a execução de Marielle, escolhida pela sua história exemplar de vida, talvez porque era vista como a principal liderança popular do PSol e estava em plena ascensão. O próximo passo será a prisão de Luiz Inácio LULA da Silva, que vem sendo perseguido e vilipendiado pela farsa judicial de Curitiba, com amplo apoio dos tribunais superiores, inclusive o STF.  Quem faz essa avaliação são até os seus opositores, que são beneficiados por eles, sem deixar de ressaltar a solidariedade da comunidade internacional. Querem eliminar LULA politicamente, negando o seu direito de ser candidato. A senha foi dada com a brutal e covarde execução de Marielle. O golpe final será a prisão de LULA, o melhor presidente que o Brasil já teve. Não há qualquer prova que o incrimine em corrupção e ele acaba de ser indicado por Adolfo Perez Esquivel - Prêmio Nobel da Paz. Em todas as pesquisas de opinião desponta como o candidato imbatível à Presidência  da República. O desfecho dessa história é muito triste, pois o país será levado a uma grande convulsão social, somada à atual, causada pela execução de Marielle, Anderson Gomes e as que ocorrem diariamente nas favelas e morros do RJ, sob o comando da Intervenção Federal Militar. Isso não é uma análise de conjuntura, é muito mais um depoimento de quem viveu a ditadura militar de 1964 e o golpe dentro do golpe (13 de dezembro de 1968, com a edição do AI -5). Esse pessoal não tem nenhum compromisso com a democracia, não quer ouvir os movimentos populares e sociais e a comunidade internacional. A execução de Marielle e a prisão de LULA são caminhos que levarão à decretação do estado de sítio, em que será afastado o usurpador Temer, que detém apenas 3% de popularidade. Todo esse desfecho está nítido diante dos atuais acontecimentos, pano de fundo para que os militares possam justificar sua estratégia. Resistiremos!  Marielle presente, agora e sempre!  Pelo direito de Lula ser Candidato - LULA PRÊMIO NOBEL da PAZ.  É hora de pensarmos menos em eleição.  Vamos construir A UNIDADE POPULAR COM A MOBILIZAÇÃO DE TODAS AS FORÇAS POLÍTICAS COMPROMETIDAS COM O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E PELOS DIREITOS HUMANOS. SOMOS TODOS MARIELLE E LULA POR JUSTIÇA.

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