A opalina

Roque de Brito Alves
Membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 17/03/2018 03:00 Atualizado em: 19/03/2018 09:29

1 – A Opalina é um cristal (cristal de opala), de grande qualidade e beleza das peças (geralmente vasos), apresentando belo poder decorativo o que a torna rival da porcelana, sendo uma maravilhosa obra de arte que encanta logo que é vista. O cristal de opala é um tipo (espécie) de cristal que irá variar do translúcido ao opaco, podendo ser leitoso, brilhante (milky white) ou colorido por causa da presença de óxidos metálicos.

Em síntese, existem a opalina translúcida, brilhante (opaline savonneuse), opalina opaca, porosa, (pâte-de-riz), e a opalina leitosa (milky white, laiteuse).

2 – Sobretudo a partir de sua fabricação em 1817 com a famosa fábrica de Baccarat, na França, adquiriu relevo extraordinário naquele país depois de 1855 com o décor floral pintado nos vasos por Jean-François Robert, famoso pintor que havia deixado a célebre manufatura de porcelana de Sèvres, na França, que criou um estilo próprio. Existiu, também, a grande rival da fábrica de Baccarat que foi a de Saint Louis.

Nos fins do século 19 e início do século 20 a opalina tornou-se mais popular com os seus vasos azuis, verdes e brancos, as vezes com o décor de flor em relevo, passando a ser uma expressão genérica aplicável a qualquer objeto de vidro ou cristal que foi opalinizado ou opacifado.

3 – Em geral, na produção da peça tecnicamente a temperatura do fogo era de cerca de 500 graus para que pudesse ser possível fixar a decoração (reafirme-se geralmente floral) nos vasos, sem que o objeto fosse deformado, porém para a exposição do cristal a temperatura podia variar entre 1350 a 1450 graus que era mantida durante várias horas para que fosse obtida na moldagem a sua maior perfeição, sem nenhuma deformação, com o trabalho constante do vidraceiro (operário da moldagem), possibilitando, assim, ao final toda a beleza da peça.

4 – Atualmente, os vasos de opalina leitosa (milky white) pintados ao estilo floral policromado de Jean-François Robert, a partir de 1855, são as peças mais raras e de maior beleza sendo as mais procuradas nos leilões de arte e pelos colecionadores de antiguidades.

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