O livro que não li, não vi e nem conheço

Raimundo Carrero
Escritor e jornalista

Publicado em: 05/03/2018 03:00 Atualizado em:

As notícias chegam-me pelos jornais, são poucas mas chamam minha atenção e convidam-me para um artigo, uma resenha, um comentário. Decido escrever porque o 6 de março de 1817 é um tema suficientemente grande, que me deixa entre o sonho e a verdade, e que me coloca de olhos grudados na liberdade e na justiça, na inquietação revolucionária do combate da admiração dos heróis deste grave momento da revolução pernambucana.
Pelo que sei, trata-se de livro que aborda e destaca o dia seguinte ao grito doloroso de nossa gente, dos nossos líderes políticos, empresariais, religiosos, dispostos a implantar uma república em Pernambuco, rompendo definitivamente com a monarquia injusta, ditatorial, sanguinária que nos sufocava.
O livro sobre o qual pretendo escrever reúne pesquisa realizada por Evaldo Costa – escrevo este artigo por respeito a Evaldo, a quem admiro muito- e grupo, com edição ainda não identificada. O Recife, hoje, tem muitas editoras. A maioria com descuidos. Aliás, assunto de que já tratei  pessoalmente com diretores das empresas – a exemplar deficiência da divulgação e da distribuição dos livros.
Sabe-se, elementarmente, que um livro, para chegar ao público, repousa em três bases – edição, divulgação e distribuição. Mas não estou certo de que o livro existe, de fato. E me calo, porque é comum no Recife que livros sejam publicados sem um selo responsável. Apenas lamento e escrevo sobre o que não li e não vi , reconhecendo, pelo menos, a sua necessidade. Para evitar equívocos, destaco que livros assim devem ser publicados pela Cepe. Faço, aqui, um registro extremamente necessário.
Lembro, enfim, que a Cepe tem alcançado um alto nível editorial , em igualdade com as melhores casas do ramo, nacionalmente. O que se constitui numa marca muito forte do governo Paulo Câmara, com a publicação, entre outras coisas, do jornal Pernambuco, e da revista Continente, ambos com muito prestígio junto aos leitores. Espero que autores pernambucanos publiquem sempre pela Cepe.
Amanhã, a loja maçônica 6 de Março, instalada em Santo Amaro, estará vivendo seu grande momento, com homenagens e palestras, sob a direção do grande mestre José Alves, e presença de todos os integrantes, além de convidados.
Presto, assim, minha homenagem ao livro que não li, seguro de eu se trata de um trabalho sério, correto e justo. De alguma forma, parece-me que está ligado ainda a trabalho acadêmico. Assim seja.

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