Editorial
Eleições 2018: cada um por si?
Publicado em: 03/03/2018 03:00 Atualizado em: 05/03/2018 09:09
Como se fosse um retrato do país, a corrida pela Presidência da República mostra, neste momento, um quadro de desunião. O chamado “centro” tornou-se uma espécie de Santo Graal, e todos consideram que quem alcançá-lo terá alcançado a salvação - ou, no caso, a faixa presidencial. Ao contrário das eleições anteriores, quando aliaram-se em um palanque só, dessa vez as legendas que orbitam neste espectro articulam-se para lançar candidaturas próprias - aí incluída a troca de farpas. Ontem, por exemplo, o presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM), que cultiva esperanças de ser candidato, propôs uma candidatura alternativa do centro e colocou um molho extra na proposição: disse que o atual nome do PSDB, Geraldo Alckmin, não tem chances de ganhar. “ Se não construirmos uma nova candidatura no campo do centro, vamos entregar a eleição para o PT, para Marina (Silva) ou para o Ciro (Gomes)”, afirmou ele.
Há uma série de nomes que gostariam de encarnar o papel dessa “nova candidatura” - como o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que já anunciou que tomará a decisão até abril. Meirelles defende uma candidatura de centro com uma variante: a de ser um “defensor do legado das reformas” empreendidas no governo Michel Temer.
Enquanto isso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse na semana passada que “quem for o candidato do mercado vai perder” - não se sabe até agora se ele mirou em alguém ou se apenas fez uma avaliação do cenário político nacional. Do outro lado, declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - esta semana, em entrevista à Folha de S. Paulo - também repercutiram. Lula disse que, “pela direita, ninguém será presidente sem o apoio dos tucanos. Pela esquerda, ninguém será presidente sem o PT”. A frase ganhar mais amplitude se substituirmos “direita” por “centro” e “esquerda” por “centro-esquerda”. Ao pronunciá-la, o ex-presidente petista reagia a críticas do pré-candidato Ciro Gomes (PDT) ao PT. Em resposta, Ciro di sse que “Lula parece não estar percebendo corretamente o que está acontecendo no país”.
Pode ser que tudo isso seja espuma de pré-campanha, quando cada força busca fortalecer-se para chegar vaorizada à mesa de negociações. Mas pode ser também, o que é mais provável, que diante do vácuo de lideranças e do abalo da polarização que marcou as últimas eleições (entre PT e PSDB), as diversas legendas estejam dispostas a montar seu próprio palanque, visando ocupar espaços e aumentar seu eleitorado. Nesse caso, caminhamos para a eleição mais fragmentada desde 1989, quando tivemos 22 candidatos a presidente.
Há uma série de nomes que gostariam de encarnar o papel dessa “nova candidatura” - como o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que já anunciou que tomará a decisão até abril. Meirelles defende uma candidatura de centro com uma variante: a de ser um “defensor do legado das reformas” empreendidas no governo Michel Temer.
Enquanto isso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse na semana passada que “quem for o candidato do mercado vai perder” - não se sabe até agora se ele mirou em alguém ou se apenas fez uma avaliação do cenário político nacional. Do outro lado, declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - esta semana, em entrevista à Folha de S. Paulo - também repercutiram. Lula disse que, “pela direita, ninguém será presidente sem o apoio dos tucanos. Pela esquerda, ninguém será presidente sem o PT”. A frase ganhar mais amplitude se substituirmos “direita” por “centro” e “esquerda” por “centro-esquerda”. Ao pronunciá-la, o ex-presidente petista reagia a críticas do pré-candidato Ciro Gomes (PDT) ao PT. Em resposta, Ciro di sse que “Lula parece não estar percebendo corretamente o que está acontecendo no país”.
Pode ser que tudo isso seja espuma de pré-campanha, quando cada força busca fortalecer-se para chegar vaorizada à mesa de negociações. Mas pode ser também, o que é mais provável, que diante do vácuo de lideranças e do abalo da polarização que marcou as últimas eleições (entre PT e PSDB), as diversas legendas estejam dispostas a montar seu próprio palanque, visando ocupar espaços e aumentar seu eleitorado. Nesse caso, caminhamos para a eleição mais fragmentada desde 1989, quando tivemos 22 candidatos a presidente.