Os festejados 117 anos da Academia Pernambucana de Letras

Marly Mota
Membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 24/02/2018 03:00 Atualizado em: 24/02/2018 06:52

Final de tarde do dia 2 deste mês de fevereiro, ao lado do meu filho Sérgio, em meio ao intenso trânsito, que me fez ficar fora do retrato oficial dos acadêmicos de 2017, a casa iluminada da Academia Pernambucana de Letras, recebia os convidados, e fantasiados, atrás do estandarte do bloco “Eu quero é Mais” de Olinda e Bom Jardim, com “Um Bloco para Marly Mota”, música e letra dos compositores Bráulio e Fátima Castro. Emocionada, acompanhei, o canto e o passo, com os que estavam ao redor. Em seguida, fomos todos à sessão em comemoração aos 117 anos da nossa Academia Pernambucana de Letras. No auditório me sentei ao lado do amigo e compadre Marcos Vilaça. Houve distribuição de prêmios literários e posse da louvável presidente Margarida Cantarelli, vice-presidente Luzilá Gonçalves e demais componentes da diretoria.

A especialista em restauração, Simone Arruda, minha sobrinha, atuou na recuperação dos azulejos da fachada do solar que pertenceu ao Barão Rodrigues Mendes, com seu marido, Matheus de Lima, neto do grande poeta Matheus de Lima. Também atuante no transporte dos azulejos para minucioso trabalho, em seu atelier, localizado em Aldeia. A Academia Pernambucana de Letras sempre esteve de portas abertas. Houve tempo que nem porta tinha. Com o empenho dos acadêmicos da APL e dos conselheiros membros do I.A.H.A.G de Pernambuco toma corpo numa sala do térreo, do belo palacete colonial à Rua do Hospício. Rua tranquila, por onde circulavam os bondes elétricos do Recife.

Instalada a nova sede em sessão presidida pelo escritor Célio Meira, Mauro Mota foi eleito em 1957 a cadeira de Nº 20. A posse aconteceu no mesmo ano, amigos compareceram ao belo salão com mobiliário pernambucano do século 19. Em outra ocasião, na mesma sala, ocupando a presidência, o nosso amigo professor Luiz Delgado recebe a visita do Alceu Amoroso Lima, pseudônimo de Tristão de Atayde, da Academia Brasileira de Letras, Lider Católico, Conde Romano. Luiz Delgado e a querida Lola homenagearam o casal Teresa e Alceu Amoroso Lima, com almoço na sua casa de Olinda. Entre amigos, o grande cronista do Jornal do Comércio Nilo Pereira e amada Lila, o médico escritor Francisco Montenegro e Dolores, lá estávamos nós eu, e Mauro Mota.

No Recife, uma época de grandes acontecimentos artísticos sob a batuta do presidente da APL, Waldemar de Oliveira, diretor do Teatro de Amadores de Pernambuco, com o elenco de grandes intérpretes: Reinaldo de Oliveira, hoje, meu confrade, na APL, as incomparáveis Dinah Oliveira, Geninha Rosa Borges, Dulcinéa, Vicentina. Geninha, minha querida amiga de quando morávamos no bairro da Madalena. No Teatro de Santa Isabel nessa época, assisti Miriam Anderson uma das maiores cantoras do mundo, de cantatas de Bach, e o jovem violonista Isaac Stern. Tempos depois em Nova York, diante dos atraentes passeios, fui ao famoso Carnegie Hall, onde estava em cartaz, concerto com Violinista Isaac Stern motivada por sua magistral apresentação, curiosidade de tê-lo visto jovem, há tantos anos, assisti o velho Isaac em magistral interpretação, empolgando a plateia.

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